Título: Grupo propõe que PMDB escolha nome da 3ª via
Autor: Amorim, Silvia
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/01/2007, Nacional, p. A7

Na busca de uma candidatura viável para enfrentar o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), na eleição para o comando da Casa, o movimento suprapartidário que se proclama como terceira via vai oferecer ao PMDB o poder de indicar o nome de seu candidato. Hoje de manhã, os deputados Raul Jungmann (PPS-PE) e Luiza Erundina (PSB-SP) dirão pessoalmente ao presidente do PMDB, Michel Temer, que o grupo apoiaria uma candidatura da legenda.

¿Não dá para ignorar que o PMDB é o maior partido. Então, por que não seguir o critério da proporcionalidade?¿, argumentou Jungmann, um dos líderes do grupo. ¿O PMDB tem pessoas que se encaixam no perfil que queremos para candidato.¿ O deputado do PPS ressaltou que há uma precondição: ¿O candidato tem que ser alguém comprometido com os princípios republicanos e não envolvido com patifarias.¿

A idéia é que a proposta seja discutida na reunião que o PMDB fará hoje para definir que rumo tomará. A corte ao PMDB foi uma decisão fechada ontem na primeira reunião do grupo suprapartidário, em São Paulo. Um primeiro contato com Temer foi feito por telefone no encontro. Participaram da reunião 16 deputados de 8 partidos - PSDB, PPS, PSB, PV, PTB, PMDB, PFL e PSOL.

O apoio do PMDB, cortejado também por Aldo e Chinaglia, é estratégico. O grupo sabe que, sem a legenda, dificilmente emplacará uma candidatura de igual para igual com os outros dois concorrentes. O desejo do movimento é ter Temer como candidato. Osmar Serraglio (PMDB-PR) também é cotado.

Outra opção seria o próprio PT. ¿Há muitos descontentes no PT com os nomes apresentados até agora¿, disse Fernando Gabeira (PV-RJ), que também encabeça o movimento. Neste caso, José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP) seria o nome mais provável.

Sem PT nem PMDB, restará ao grupo uma candidatura para marcar posição com a retórica da limpeza ética e da autonomia do Legislativo. Neste cenário, candidatos não faltam. O nome mais forte é o do próprio Gabeira. Na próxima terça-feira o grupo se reunirá em Brasília para avaliar. ¿Não temos pressa. Temos até o dia da eleição, 1º de fevereiro, para lançar o nome¿, avaliou Erundina.

No encontro de ontem, os deputados redigiram um documento com seus compromissos: aprovação do voto aberto e da reforma política e racionalização dos gastos da Casa.

Ontem Temer não comentou a proposta de apoio a um peemedebista. Pela manhã, ele defendeu candidatura única à presidência, de Aldo ou Chinaglia.