Título: Lula aceita reajuste de 26%, não de 82%
Autor: Nossa, Leonencio
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/04/2007, Nacional, p. A12

Um dia depois de o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), propor reajuste de 82,8% para os salários do presidente da República, do vice e dos ministros, Lula defendeu ontem aumento de 26,49% para os seus vencimentos, correspondente à reposição da inflação nos últimos quatro anos. Por essa proposta, seu salário passaria de R$ 8.885,48 para R$ 11.240,00.

¿No caso de eventual aumento do seu salário, o presidente considera que o caminho mais correto é o da reposição salarial¿, disse o porta-voz do Palácio do Planalto, Marcelo Baumbach.

Depois de Lula ter sinalizado não querer o aumento de 82,8%, Chinaglia afirmou que deverá ser aplicado aos vencimentos do presidente, do vice e dos ministros o mesmo índice de 26,49% que reajustará os salários dos parlamentares.

A Mesa da Câmara decidira propor para o salário do presidente um reajuste maior do que o dos deputados e senadores com o objetivo de equipará-lo ao que está sendo proposto para os parlamentares. Se vigorasse o aumento de 82,8%, Lula passaria a receber R$ 16.250,42. Os vencimentos dos parlamentares, que hoje são de R$ 12,8 mil, serão reajustados para R$ 16,2 mil, com o índice de 26,49%.

¿Quando fizemos a avaliação, minha opinião era de que seria razoável o presidente, o vice-presidente e os ministros ganharem igual aos deputados e senadores. Evidentemente, o índice que o presidente anunciou será aplicado¿, disse Chinaglia.

Anteontem, em reunião de Chinaglia com integrantes da Mesa Diretora da Câmara, também ficou decidido que não haverá aumento na verba de gabinete dos congressistas, que permanecerá em R$ 50,8 mil. Essa verba é destinada ao pagamento de até 25 funcionários por gabinete - com salários entre R$ 601 e R$ 8.040.