Título: Sarkozy nomeia Fillon como premiê
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Fonte: O Estado de São Paulo, 18/05/2007, Internacional, p. A16
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, nomeou ontem François Fillon para a chefia de governo da França. Fillon, de 53 anos, substitui o ex-primeiro-ministro Dominique de Villepin. Sarkozy anuncia hoje a composição do restante do gabinete.
Conservador moderado, Fillon representa a ala mais à esquerda do partido União por um Movimento Popular (UMP). Ex-aliado de Chirac, Fillon passou a apoiar Sarkozy em 2005, após ser destituído do cargo de ministro da Educação.
O novo chefe de governo, que atuou como diretor da campanha eleitoral de Sarkozy, é conhecido pela habilidade para negociar reformas difíceis e por seu temperamento tranqüilo. Analistas afirmam que Fillon deve ser encarregado por Sarkozy de liderar as reformas trabalhistas e da Previdência Social.
Durante a breve cerimônia de posse, Fillon reforçou o lema de união lançado por Sarkozy. 'Num mundo com 6 bilhões de pessoas, 60 milhões de franceses devem se manter unidos. Respeitarei todas as promessas que fizemos', disse.
Logo após a confirmação, Fillon saiu para correr durante uma hora com Sarkozy, reforçando a imagem de renovação e agilidade que o novo governo francês quer passar.
O premiê reuniu-se ontem com vários políticos cotados para integrar o novo gabinete, que terá 15 ministros - em comparação aos 30 do governo do ex-presidente Jacques Chirac. O gabinete de Sarkozy deve ser integrado por oito homens e sete mulheres, conforme promessa de campanha.
O novo primeiro-ministro francês é casado com a galesa Penelope, com quem tem cinco filhos. Atualmente, Penelope é proprietária do Castelo de Beaucé na região de Sarthe .
Sarkozy anunciou que seu governo agrupará tanto nomes da direita quanto da esquerda. A possível nomeação do socialista Bernard Kouchner para a chancelaria francesa tem causado polêmica. Ele é fundador da organização Médicos sem Fronteiras e foi ministro da Saúde entre 1992 e 1993.
Membros do Partido Socialista afirmaram que partidários que aceitarem o convite de Sarkozy serão considerados traidores. Além de Kouchner, outra novata no governo deve ser Rachida Dati, cotada para a pasta da Justiça. Ex-juíza de origem árabe, Rachida não tem experiência política.
O gabinete deverá contar também com políticos de carreira como Alain Juppé, ex-premiê de Chirac entre 1995 e 1997.
Juppé deve ser nomeado ministro de Desenvolvimento Sustentável, Energia e Meio Ambiente. Em 2005, ele foi condenado por uso ilegal de dinheiro público e proibido de ocupar cargos políticos por um ano.
O Ministério do Interior deve ficar com a ex-titular da Defesa Michèle Alliot-Marie.
OS COTADOS
Desenvolvimento Sustentável, Meio Ambiente e Energia: Alain Juppé, primeiro-ministro de 1995 a 1997
Finanças: Jean-Louis Borloo, ex-ministro do Trabalho
Assuntos Sociais: Xavier Bertrand, ex-ministro da Saúde
Imigração, Identidade Nacional e Cooperação: Brice Hortefeux, deputado do Parlamento Europeu
Educação: Xavier Darcos, prefeito de Périgueux
Relações Exteriores: Bernard Kouchner, socialista e ex-ministro da Saúde
Defesa: Hervé Morin, líder do partido União pela Democracia Francesa (UDF) no Parlamento
Justiça: Rachida Dati, ex-juíza de origem árabe
Interior: Michéle Alliot-Marie, ex-ministra de Defesa
Agricultura: Christine Lagarde, ex-ministra de Comércio
Cultura: Christine Albanel, presidente do museu do Palácio de Versailles
Saúde: Roselyne Bachelot, deputada do Parlamento Europeu
Orçamento, Contas Públicas e Funções Públicas: Eric Woerth, tesoureiro da UMP.