Título: Para investidor, será difícil pôr a hidrelétrica em operação até 2012
Autor: Sobral, Isabel
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/09/2007, Economia, p. B10

O diretor-executivo da Amazônia Madeira Energética (Amel), João Canellas, da Construtora Camargo Corrêa, afirmou ontem que, mesmo realizando o leilão da Hidrelétrica de Santo Antônio (3.150 MW) em 30 de outubro, será difícil cumprir o cronograma que vem sendo divulgado no mercado. Ou seja, a usina não entraria em operação em 2012, como o governo tem sustentado.

Segundo ele, que pediu o adiamento do leilão à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a previsão para assinatura do contrato do projeto do Madeira é em meados de dezembro. A partir daí haveria só três meses para preparar o projeto básico e solicitar a licença de instalação para início das obras.

¿Normalmente, um projeto básico demora cerca de oito meses para ficar pronto. Imagina num investimento de R$ 10 bilhões¿, destaca o executivo da Amel, principal concorrente do consórcio formado pela Odebrecht/Furnas na disputa. A previsão para início das obras da hidrelétrica é setembro de 2008.

Canellas diz que há uma série de fatores que explicam a necessidade de adiar o leilão. O principal deles a divulgação do edital, que até hoje não saiu, apesar de a licença ambiental ter saído em julho. ¿Não há tempo hábil para todo o processo de pré-qualificação obrigatória.¿

O diretor da Odebrecht Investimentos em Infra-Estrutura, Irineu Meireles, discorda da opinião de Canellas sobre a dificuldade para cumprir o cronograma. Segundo ele, mesmo se o leilão atrasar em 15 ou 20 dias, o consórcio conseguiria cumprir as datas previstas no projeto. ¿Se vencer o leilão, cumpro os prazos e entrego energia em 2012¿, promete o executivo.