Título: Anvisa aprova adesivo para tratar doença de Alzheimer
Autor: Westin, Ricardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/11/2007, Vida &, p. A26

Nova apresentação impede que paciente se esqueça de tomar a droga

Um adesivo aplicado na pele para tratar os sintomas da doença de Alzheimer foi aprovado na semana passada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Novartis, fabricante do medicamento, acredita que o Exelon Patch (o nome comercial do adesivo) chegará ao mercado brasileiro dentro de dois meses.

O Exelon já é vendido no País, mas somente na forma de comprimidos. Entre as vantagens do adesivo, está a diminuição de efeitos colaterais como náuseas e vômitos, pois chega à corrente sanguínea diretamente, sem passar pelo sistema gastrointestinal.

Além disso, o adesivo impede que o paciente se esqueça de tomar o remédio. Em vez de ingerir os comprimidos duas vezes por dia, ele precisa aplicar o adesivo nas costas, no peito ou no braço uma única vez ao dia. A perda de memória é o principal sintoma da doença.

O mal de Alzheimer é uma doença degenerativa do cérebro que leva a uma perda gradual das funções cognitivas. Atinge principalmente as partes do cérebro que controlam a memória, o raciocínio e a linguagem. Em estágios avançados, as alterações de comportamento podem impedir o convívio social do doente.

A doença de Alzheimer normalmente se inicia depois dos 65 anos de idade. Apesar dos avanços da ciência, ainda não se sabe qual é a causa. ¿A doença ainda não tem cura. O que os remédios fazem é melhorar os sintomas¿, explica o neurologista Acary Souza Bulle Oliveira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O Exelon age no cérebro inibindo a ação de enzimas que destroem um neurotransmissor ligado à memória, ao raciocínio, à abstração, ao comportamento e à orientação no tempo e no espaço. O medicamento ajuda a frear a evolução do mal de Alzheimer e é indicado para as formas leve e moderadamente grave da doença.

Os comprimidos do Exelon são distribuídos pela rede pública de saúde. Para adquiri-lo tanto na rede pública quanto na particular, é necessário apresentar a receita médica. Não se deve utilizar o medicamento por conta própria.

Antes de o adesivo chegar ao mercado brasileiro, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, que é ligada ao governo federal, deve estabelecer seu preço máximo no País.

Links Patrocinados