Título: Estatal compra refinaria no Texas
Autor: Tereza, Irany
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/12/2007, Economia, p. B7

Metade da unidade havia sido adquirida em setembro, e os 50% restantes serão incorporados ainda este mês

O diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, afirmou que ainda este mês deve ser fechada a compra de 100% da Refinaria Pasadena Refining System Inc (PRSI), no Texas. Em setembro do ano passado, a estatal brasileira adquiriu 50% da refinaria, por US$ 350 milhões, e passou a administrá-la em conjunto com a belga Astra Oil Trading NV.

Costa, que disse faltarem apenas ¿alguns detalhes¿ para o fechamento do negócio, não revela o valor da compra atual. Mas estimativas de mercado apontam para uma cifra em torno de US$ 370 milhões. Costa informou que, assim que a compra da unidade for efetivada, serão iniciados investimentos para aumentar a capacidade de refino dos atuais 150 mil para 250 mil de barris/dia, com prioridade para o processamento do óleo produzido pela Petrobrás.

O diretor da Área Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, confirmou as negociações, mas não o fechamento do acordo para ainda este mês. Segundo ele, os Estados Unidos serão o principal alvo dos investimentos internacionais da estatal nos próximos quatro anos, com a destinação de cerca de US$ 4,5 bilhões. ¿Os Estados Unidos são o nosso principal foco internacional atualmente¿, disse Cerveró.

O objetivo principal da Petrobrás é processar, também nas unidades de refino internacionais, o petróleo que ela produz no Brasil e no exterior. O óleo extraído dos campos nacionais ainda é formado principalmente por petróleo pesado, menos rentável no mercado.

Segundo Costa, em média, o petróleo pesado brasileiro tem cotação de US$ 10 a U$ 12 inferior ao tipo Brent, referência internacional, hoje em torno de US$ 91.

Recentemente a Petrobrás adquiriu uma unidade de refino no Japão. Agora, além do mercado americano, a estatal estuda a possibilidade de outra refinaria, desta vez na Europa. No Brasil, o plano é elevar em 850 mil barris/dia a capacidade de refino nacional até 2014, com a refinaria de Pernambuco (uma parceria com a venezuelana PDVSA), o pólo petroquímico do Rio e uma nova refinaria premium, com capacidade para 500 mil barris/dia, ainda sem sede definida.

A descoberta de grande volume de óleo leve na camada de pré-sal, em Tupi, fizeram com que a estatal reavaliasse o planejamento da refinaria, originariamente para óleo pesado, que agora deve ser projetada para processar óleo leve.

Links Patrocinados