Título: Schwab ataca socialismo na AL
Autor: Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/01/2008, Economia, p. B7

Fundador do Fórum condena a política de Hugo Chávez O fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial há 38 anos, Klaus Schwab, faz um ataque às políticas ¿neo-socialistas¿ da América Latina e insinua que o caminho que o bloco deve seguir não poderá ser o defendido por governos como o de Hugo Chávez, da Venezuela.

¿A região não precisa de velhas ideologias revolucionárias para conseguir um equilíbrio entre justiça social e desenvolvimento econômico¿, afirmou Schwab ao Estado durante o lançamento do programa da reunião anual do Fórum, que ocorre na semana que vem em Davos. ¿O que vemos hoje na região é uma luta entre essas ideologias e políticas que são mais aceitáveis¿, disse. ¿Acredito que, para se ter maior igualdade social, não é necessário destruir e transformar completamente o atual sistema. Precisamos melhorá-lo e dar condições para que haja um desenvolvimento social¿, afirmou.

No programa para a reunião de Davos, o Fórum cita o desenvolvimento econômico como possível alternativa contra as ¿vozes neo-socialistas¿ na América Latina. Na apresentação de um evento sobre a região, o Fórum destaca que a redução da classe média ocorreu nas últimas três décadas por causa da ¿instabilidade e de reformas incompletas¿. ¿Mas, nos últimos anos, estabilidade e políticas sociais inovadoras tiraram milhões de pessoas da pobreza, dando sinais de reverter a crescente desigualdade.¿

Caberá a Jose Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobrás, debater a situação de países que, com os preços altas dos recursos energéticos, tendem a pedir maior voz, como Bolívia e Venezuela, que têm grandes reservas de gás e petróleo.

No ano passado, Schwab já havia dito que não convidaria Chávez para o Fórum. ¿Não convidamos quem quer apenas fazer um monólogo¿, afirmou, na época.

Neste ano, a participação de presidentes latino-americanos se limitará ao colombiano Alvaro Uribe, considerado um aliado americano na região. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que por anos foi a estrela do Fórum, será representado pelo chanceler Celso Amorim. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, também estarão no evento.

Davos garante que o país continua tendo papel central no Fórum, assim como os demais Brics - além do Brasil, Rússia, Índia e China. Segundo os organizadores do evento, o Brasil ainda ganhará destaque neste ano como presidente de G-20 e comandará algumas reuniões.