Título: Contêiner não foi violado no porto do Rio
Autor: Auler, Marcelo
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/02/2008, Economia, p. B12

Representantes do terminal de cargas Poliportos fizeram a declaração ao depor na Polícia Federal

Representantes do terminal de cargas Poliportos negaram ontem, em depoimento na Polícia Federal, que tenha ocorrido violação do contêiner e da caixa com dados da Petrobrás no período em que permaneceram no porto, no Rio. Policiais que acompanham o inquérito haviam considerado o terminal como o local provável do roubo.

¿Para a Poliportos, não houve qualquer quebra de lacre ou destruição de cadeado no terminal. A carga chegou e saiu sem nenhum tipo de rompimento ou quebra de lacre¿, disse ontem, por diversas vezes, o advogado Luiz Henrique Damazo. Ele acompanhou os oito conferentes da empresa intimados a prestar depoimento.

Os conferentes foram interrogados na Superintendência do DPF no Rio pela delegada Carla Dollinski, que preside o inquérito aberto na Delegacia de Macaé. Paralelamente, delegados e agentes do Setor de Inteligência vistoriavam o terminal de cargas, junto com peritos federais. O resultado da inspeção não foi revelado.

As informações relevantes sobre o poço de Júpiter, recém-descoberto pela Petrobrás na Bacia de Santos, estavam em dois discos rígidos de um computador e em quatro notebooks, furtados no percurso entre a plataforma NS-21 e a sede da empresa americana Halliburton, em Macaé. O computador foi transportado em uma caixa de viagem. Os notebooks estavam no contêiner número SU96071.

O advogado Damazo não forneceu detalhes dos depoimentos. Não quis, por exemplo, confirmar as datas em que as duas cargas - a caixa com o computador e o contêiner com os notebooks - chegaram e saíram do terminal. Apenas afirmou que elas foram vistoriadas pelos conferentes, que chegaram a puxar os lacres para verificar se não tinham sido violados. Segundo disse, os empregados não têm acesso à nota fiscal do transporte, documento que relaciona o material contido dentro das cargas.

A caixa onde estava o computador com os HDs de 320 gigabytes furtados saiu da plataforma em 11 de janeiro e chegou à Poliportos em 15 de janeiro. No dia 25, foi levada para Macaé na carreta dirigida por Ivo Vargas. Conforme empregados da Halliburton disseram à polícia, chegou sem o lacre, mas com o computador.

Os quatro notebooks (três Compaq e um IBM) deixaram a plataforma no dia 18. O contêiner chegou à Poliportos no dia 23, três dias depois do previsto. A carga saiu da Poliportos dia 29, na carreta dirigida por Paulo César Valadão, pernoitou em um posto de gasolina em Itaboraí e desembarcou na Halliburton, em Macaé, no dia 30.

Nesse mesmo dia, o supervisor de segurança da empresa, Reginaldo Matos, descobriu que o contêiner tinha um cadeado trocado e estava com o lacre violado. Ao abri-lo, notou o desaparecimento dos notebooks e de uma impressora Deskjet. Permaneceram no contêiner dois computadores presos à mesa por parafusos. Só então foram verificar o computador e deram pelo furto dos discos rígidos, de dois pentes de memória e um drive de DVD.

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