Título: Ações contra agronegócio seguem em três Estados
Autor: Lacerda, Angela; Tomazela, José Maria
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/06/2008, Nacional, p. A13

No RS, houve confronto com Brigada Militar e ocupação de duas fazendas

Elder Ogliari

Duas fazendas invadidas e confronto com a polícia no Rio Grande do Sul, bloqueios e protestos em Pernambuco e a manutenção da ocupação de uma usina no Pontal do Paranapanema, em São Paulo, marcaram ontem a continuação da jornada da Via Campesina contra o agronegócio, apoiada pelo Movimento dos Sem-Terra (MST). Desde terça-feira, 13 Estados foram alvo de manifestações.

Em Porto Alegre, um grupo invadiu o estacionamento do Supermercado Nacional, no bairro Menino Deus. A Brigada Militar cercou o local e disparou balas de borracha. Os manifestantes, alguns feridos, reagiram atirando pedras e paus.

Também no Rio Grande do Sul, militantes do MST e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) invadiram duas propriedades da Votorantim Celulose e Papel, em Piratini e Herval. Por nota, o MPA alegou protestar contra o avanço do plantio de eucaliptos na região.

Em Petrolândia (PE), o MST bloqueou por cinco horas a BR-110 e fez protestos diante de uma fábrica da Netuno Alimentos - um dos maiores exportadores de pescado do País - e de uma subestação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco.

De acordo com Francisco Terto, da direção do MST em Pernambuco, a atuação da empresa na região configura privatização da água do Lago de Itaparica. O diretor de projetos da Netuno, Alexandre Castro e Silva, não deu maior dimensão ao protesto, mas assegurou que a empresa tem licença ambiental para atuar no local.

REAÇÃO

O grupo Odebrecht entrou ontem com ação pedindo a retirada dos 500 integrantes do MST que desde terça-feira ocupam as obras da usina de açúcar e álcool Conquista do Pontal, em Mirante do Paranapanema.

Até o início da noite, o pedido não tinha sido julgado. Os sem-terra continuam acampados no canteiro de obras. ¿Demos férias para os operários¿, disse o dirigente do MST José Batista de Oliveira.

PESQUISA

Para a maioria dos internautas, o protesto dos sem-terra pelo País contra o agronegócio é legítimo.

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