Título: Presidente diz esperar convite de Uribe para jantar na Colômbia
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/07/2010, Internacional, p. A16

Em resposta a críticas, Lula diz ser amigo de líder colombiano e dá episodio por superado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem esperar que o colombiano Álvaro Uribe o convide para o jantar de gala que se seguirá à cerimônia de posse do presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, no dia 7. A presença do presidente brasileiro no banquete de despedida tinha sido posta em dúvida depois de Uribe ter emitido, na quinta-feira, uma nota oficial na qual deplorava declarações de Lula que, na visão de Bogotá, reduziam a crise diplomática com a Venezuela a uma rixa pessoal e ignoravam a ameaça das Farc. Espero que Uribe me convide para sua mesa, disse Lula em uma breve entrevista depois que participou do início das obras de uma linha de transmissão elétrica entre Itaipu e a cidade paraguaia de Villa Hayes, a 31 quilômetros da capital paraguaia, Assunção. Lula optou por não comentar as criticas de Uribe, que deixa o cargo daqui a poucos dias, depois de oito anos de governo. Não costumo confundir relações de chefes de Estado com relações pessoais, disse o presidente. Sou amigo de Uribe. Tenho uma relação de oito anos com ele, que é extraordinária. E esperto ter nos próximos cinco meses (uma relação tão boa) com o presidente Santos, indicou Lula, cujo mandato se encerra em 31 de dezembro. Segundo Lula, ao longo do mandato dele e de Uribe, ele manteve Muitas reuniões com (o Venezuelano Hugo) Chávez e com Uribe. Fui para a Colômbia para discutir problemas com a Venezuela e fui para a Venezuela discutir problemas com a Colômbia. E meu único interesse é que a Venezuela e a Colômbia se entendem e vejam a importância que um país tem para o outro no fluxo de comércio, na geração de empregos. Lula afirmou que o problema da Colômbia com as Farc é um problema da Colômbia com as Farc. E, nestes oito anos, eu nunca dei palpite sobre isso. Disse ainda que sendo presidente ou não-presidente (no futuro) vai continuar trabalhando para que os dois países reconstruam seuas relações. A única palavra que não pode existir entre esses dois países é guerra. A palavra forte que temos de falar é paz.