Título: Parceiros temem medidas comerciais restritivas
Autor: Salomon, Marta
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/11/2010, Economia, p. B3

Os comentários da presidente eleita Dilma Rousseff de que irá "usar todas as armas para impedir o dumping" foram recebidas pelos parceiros internacionais com receio e com o temor de que isso signifique que o número de medidas comerciais adotadas ganhe novas proporções. Potencialmente, o país mais afetado por medidas anti-dumping seria a China.

Em entrevista na segunda-feira, Dilma defendeu o câmbio flutuante e, indiretamente, acusou a China. "Acho que tem moedas subvalorizadas", afirmou. "Nós iremos usar todas as armas para impedir o dumping, política de preços que prejudiquem as indústrias brasileiras", defendeu.

A China tem sido acusada por europeus, americanos, japoneses e mesmo latino-americanos por estar ganhando competitividade em suas exportações graças a um câmbio favorável.

O embaixador da China na OMC, Sun Zhenyu, deixou claro que Pequim quer negociar cada aresta nas relações bilaterais e evitar que problemas comerciais se transformem em disputas ou barreiras.

"Queremos levar todas essas discussões para o diálogo bilateral", afirmou. "Queremos uma discussão franca l sobre esses temas", disse. Há três anos, a China chegou a falar na adoção de um acordo de restrição voluntária de suas próprias exportações, como forma de evitar tensões: "Mas isso não é algo bem visto no âmbito multilateral",disse.