Título: Incêndio no Butantã foi acidental, afirma laudo
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Fonte: O Estado de São Paulo, 23/03/2011, Vida, p. A20

Instituto de Criminalística diz que fogo começou após superaquecimento de pedras usadas para[br]esquentar cobras

Um laudo divulgado ontem pelo Instituto de Criminalística (IC) afirma que o incêndio que atingiu o Instituto Butantã no ano passado foi acidental.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o laudo diz que o fogo começou em consequência do superaquecimento de pedras de calor usadas em ambientes artificiais para aquecer as cobras.

O incidente, que aconteceu em 15 de maio de 2010, atingiu a maior coleção de serpentes do País e uma das mais importantes do mundo. Cerca de dois terços da coleção de 77 mil exemplares foram destruídos, além do acervo com 450 mil artrópodes, como aranhas e escorpiões.

No incêndio se perderam centenas de espécimes coletadas que ainda não haviam sido descritas pelos cientistas. Os animais eram conservados em vidros com formol.

As chamas começaram às 8 horas e foram necessárias cerca de duas horas para que o Corpo de Bombeiros conseguisse apagar as chamas. Não houve feridos.

"Na época, eu era presidente da Comissão de Saúde do Trabalhador (Comsa). No prédio não havia brigada de incêndio nem um sistema inteligente de combate a fogo. Só extintores. Não foi uma catástrofe natural. Foi negligência", diz Rogério Bertani, pesquisador do Butantã desde 1994. Em nota, o Butantã disse que aguardará a conclusão do inquérito para se pronunciar.