Título: Petrobrás manterá projetos de novas refinarias
Autor: Otta, Lu Aiko
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/07/2011, Economia, p. B7

RIO - O Estado de S.Paulo

A construção de quatro novas refinarias no Brasil não será afetada pelo corte de gastos imposto pelo governo federal ao novo plano de investimentos da Petrobrás, anunciou ontem no Rio o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Segundo o ministro, as refinarias serão poupadas porque as que funcionam no País são incapazes de produzir derivados em quantidade suficiente para o mercado local, em crescente demanda.

"No caso das refinarias, o Brasil é hoje importador de produtos (derivados de petróleo). Por conta da insuficiência das refinarias, precisamos manter a programação de construção das refinarias", disse Lobão,

A Petrobrás tem 11 refinarias no País e duas na Bolívia. No primeiro trimestre deste ano, o volume de óleo processado nas unidades de refino subiu de 1,738 milhão de barris/dia (no primeiro trimestre de 2010) para 1,852 milhão.

No período, a produção de diesel passou de 682 mil barris/dia para 727 mil barris/dia. A de gasolina, de 353 mil barris/dia para 390 mil barris/dia. Existem ainda duas refinarias privadas, no Estado do Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. A estatal planeja nesta década inaugurar refinarias no Rio (Comperj), Pernambuco (Abreu e Lima), Maranhão (Premium 1) e Ceará (Premium 2). Abreu e Lima é a mais adiantada, apesar do atraso de dois anos. O Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) está em obras. Já licenciada, Premium 1 passa pela fase de terraplanagem. Premium 2 ainda aguarda o licenciamento ambiental definitivo.

Embora não tenha explicitado, o ministro evidenciou, em entrevista após a solenidade, que os dois planos de negócios apresentados pela Petrobrás ao seu Conselho de Administração, para o período 2011-2015, propunham cortes nos investimentos previstos nas futuras refinarias.

Presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, o conselho vetou os planos, apresentados em maio e junho pela direção da Petrobrás. As rejeições tiveram como justificativa a suposta necessidade de a estatal adequar-se à estratégia de contenção de despesas traçada pelo governo da presidente Dilma Rousseff.

Lobão afirmou que a Petrobrás terá de apresentar ao conselho novas áreas para a realização dos cortes, mas ele não quis dizer quais áreas serão.