Título: Procon recebe cerca de 300 queixas por mês
Autor: Pereira , Renée ; Friedlander, David
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/08/2011, Economia, p. B8/9

O número é referente a consumidores de operadoras de telefonia, internet e TV a cabo que procuram o órgão no Rio Grande do Sul

A funcionária pública Iara Orrigo, 50 anos, enfrentou cinco meses de contratempos depois de cancelar o uso do chip que adquiriu no início do ano para acessar os serviços da TIM. Na sexta-feira, ela foi apresentar queixa ao Procon da cidade e tornou-se uma das cerca de 300 pessoas que procuram o órgão mensalmente para reclamar de problemas com todas as operadoras de telefonia, internet e TV a cabo. Saiu convicta de que iria levar seu caso ao Juizado Especial. No fim do dia, foi surpreendida por um telefonema da empresa anunciando que tudo estava resolvido.

A conturbada relação de consumo começou em fevereiro, quando a usuária decidiu deixar de usar o chip que havia adquirido duas semanas antes para acessar os serviços de telefonia móvel da empresa. Depois de algumas tentativas por telefone e uma visita a uma loja, Iara considerou que a contratação estava cancelada. Mas começou a receber cobranças que considerava indevidas, referentes a serviços desconhecidos e que não envolviam chamadas para outros telefones, num total de R$ 164,83.

Na primeira vez que foi ao Procon, há algumas semanas, a funcionária pública recebeu a informação de que situações semelhantes eram corriqueiras e que normalmente as empresas suspendiam a cobrança depois do envio de três faturas. Mas a preocupação voltou há poucos dias, quando Iara recebeu uma carta informando que seu nome seria levado aos serviços de proteção ao crédito. "Não fiz nenhuma ligação, eles não podem me cobrar nada", disse, na sexta-feira, ao final da segunda visita ao Procon, logo depois de ser informada por um funcionário do órgão que a empresa estava irredutível. Ao final da tarde, porém, Iara foi comunicada pela TIM que os débitos estavam cancelados.

O fisioterapeuta Rafael Amaro, 29 anos, foi ao Procon e ao Juizado Especial para reclamar dos problemas que sofreu para mudar da Claro para a TIM no início do ano. Como enfrentou 19 dias de transtornos até voltar a usar o número, ele disse ter tido prejuízos profissionais, já que todos os contatos com clientes para marcação de sessões são feitos pelo celular, e decidiu pedir reparação à Justiça. A decisão deve sair em poucos dias. "Parece que a gente só é importante para as operadoras quando não é cliente", reclama Amaro. "Já o cliente é desrespeitado o tempo todo". Apesar das queixas iniciais, o usuário admite que os serviços contratados funcionam desde que o processo de transferência foi concluído.

Resposta. A Tim comentou a reclamação dos clientes em nota enviada ao Estado. A companhia destacou que Amaro não tem reclamação pendente. Também informou que só vai falar sobre a demanda da falha no procedimento de portabilidade numérica em juízo. Além disso, ela confirmou que "efetuou os ajustes necessários" na fatura de Iara.