Título: Investimento produtivo financia as contas externas
Autor: Nakagawa, Fernando ; Graner, Fabio
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/08/2011, Economia, p. B4

Mesmo com a crise internacional, o investimento produtivo tem crescido com a aposta das empresas no Brasil. O resultado desse movimento é que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) tem coberto cada vez com mais folga o déficit em transações correntes, o que acaba, pelo menos por enquanto, com a necessidade de financiar as contas externas com outras fontes de recursos, como os investimentos em ações e renda fixa, considerados mais voláteis pelos economistas.

Nos números acumulados em 12 meses, as contas externas têm sido integralmente financiadas pelo investimento produtivo desde dezembro de 2010, conforme dados do Banco Central. Depois de 11 meses com a necessidade de usar dólares dos investimentos em carteira para fechar as contas, no fim do ano passado o IED superou o déficit em conta corrente em exatos 0,05% do PIB.

Desde então, o investimento produtivo tem sido crescente e sempre maior que o déficit corrente. Em julho, a diferença a favor do IED atingiu 1,07% do PIB, a maior vantagem desde agosto de 2009.

No mês passado, pesou a operação de compra de mais da metade da cervejaria Schincariol pela japonesa Kirin. Por R$ 3,95 bilhões, a Kirin ficou com 50,45% da Schincariol, que tem 11% do mercado nacional. Com a operação, o Japão despontou como a segunda maior fonte de IED em julho, com US$ 2,65 bilhões. Em primeiro no ranking ficaram os Países Baixos, com US$ 3,06 bilhões.