Título: Rabino extremista incita ódio aos árabes
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Fonte: O Estado de São Paulo, 04/10/2011, Internacional, p. A12

Serviço de segurança interna de Israel quer pôr fim aos subsídios estatais recebidos por Yithzak Shapira

JERUSALÉM - O Shin Bet, o serviço de segurança interna de Israel, quer pôr fim aos subsídios estatais de cerca de US$ 500 mil por ano que o rabino radical Yithzak Shapira recebe do governo, segundo o jornal espanhol El País. Dono de uma escola religiosa e de uma editora no assentamento de Yitzhar, na Cisjordânia, Shapira é conhecido por suas posições extremistas sobre o conflito envolvendo os israelenses.

Oded Balilty/APMesquita foi incendiada na segunda-feira por grupo de judeus radicaisVeja também: Admissão de Estado, processo lento ENTENDA: Divisão no CS da ONU ÍNTEGRA: A carta de Abbas à ONU ESPECIAL: As disputas territoriais no Oriente Médio HOTSITE: A busca pelo Estado palestino

No final de 2009, ele publicou com o rabino Yosef Elitzur o livro A Torá do Rei: leis de vida e morte entre Israel e as nações. Nele, o religioso afirma que o mandamento "Não matarás" só é válido entre os judeus. Segundo ele, quem não é judeu sofre, por natureza, da falta de compaixão e pode ser atacado para "eliminar suas inclinações malignas". Shapira também defende a morte de crianças palestinas "porque com certeza elas cresceram para prejudicar Israel".

O rabino foi detido brevemente duas vezes: em 2006, por defender num sermão a expulsão ou a morte de todos os palestinos maiores de 13 anos da Cisjordânia, e em janeiro do ano passado, por suspeita de envolvimento no incêndio de uma mesquita no povoado palestino de Yasuf. No fim de 2010, propôs que o Exército de Israel usasse palestinos como escudos humanos porque o fato de um soldado arriscar a vida "contraria valores judaicos autênticos".

Em 2008, ele divulgou um documento assinado por outros rabinos extremistas que pedia que o governo israelense fosse regido pela Torá e instaurasse um sistema de represálias antecipadas contra os palestinos.

"Que cada um imagine o que o inimigo trama contra nós e execute a represália proporcional", escreveu.

Segundo o Shin Bet, há evidências de participação da escola de Shapira em atividades violentas, ilegais e subversivas contra palestinos e o Exército. O rabino já foi filmado acompanhando um grupo de estudantes em um ataque a um povoado árabe.