Título: Crise tende a se agravar, diz diretor do FMI
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Fonte: O Estado de São Paulo, 08/11/2011, Economia, p. B4

A atual crise global "tende a se agravar", nas palavras do diretor executivo para o Brasil, América Latina e Caribe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Paulo Nogueira Batista Júnior. Ele considera que os sinais negativos mostrados pela economia mundial apontam para um período mais agudo da crise.

No cenário europeu, Batista Júnior classificou como "delicada" a situação dos países envolvidos na turbulência, que mostram taxas mais fracas de crescimento econômico. "A Europa parece que já está entrando em recessão. O desemprego é muito alto nos Estados Unidos e na Europa", enumerou, acrescentando outros fatores, como instabilidade financeira, dificuldades fiscais e crise bancária nos países europeus, que não conseguiram ainda organizar uma resposta adequada à crise.

"A crise não será superada rapidamente", afirmou, durante seminário no BNDES. No caso de possíveis impactos do atual cenário global na economia brasileira, o diretor executivo comentou que, até o momento, não há nenhum "impacto forte".

Sobre a intenção divulgada pela presidente Dilma Rousseff, em Cannes, na reunião do G-20, de fazer contribuições ao FMI para evitar o agravamento da crise, Batista Júnior ressaltou que qualquer nova contribuição ao Fundo dependerá de condições específicas e a decisão será tomada pela Presidência da Republica e pelo Ministério da Fazenda.

Também presente no seminário, o ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero classificou o momento atual como "sombrio". "O fato de os mercados continuarem assim, com humor negativo, depois da reunião do G-20, é preocupante", disse ele.

No evento, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, previu "momentos difíceis pela frente", tendo em vista a ausência, até o momento, de solução coordenada para os problemas das economias europeias.