Título: França terá pacote para economizar 7 bilhões
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Fonte: O Estado de São Paulo, 08/11/2011, Economia, p. B4

É o segundo plano de austeridade em três meses anunciado pelo governo francês

O primeiro-ministro da França, François Fillon, revelou ontem o segundo pacote de austeridade do governo em três meses, em mais uma tentativa de manter o déficit orçamentário sob controle.

Segundo Fillon, as novas medidas devem levar a uma economia de 7 bilhões em 2012, permitindo que a França alcance a meta de déficit equivalente a 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo com a economia crescendo apenas 1%, ante estimativa anterior de expansão de 1,75%.

O pacote é anunciado no momento em que as projeções de crescimento estão sob pressão, com a crise da dívida na zona do euro, e após a França ter sido alertada que seu rating (nota de classificação de risco) triplo A estava ameaçado.

Fillon disse que a meta é gerar ao todo 65 bilhões em economia até 2016. "Era hora de o país dar as costas definitivamente a 30 anos de gastos excessivos", disse Fillon. "Temos de sair dessa espiral perigosa. Para manter a trajetória que estabelecemos para a redução do déficit, vamos fazer um esforço adicional de 65 bilhões entre agora e 2016, com 18,6 bilhões (desse valor) em 2012 e 2013."

O segundo pacote de ajustes emergenciais no orçamento em três meses inclui a aceleração da mudança na idade para aposentadoria, que foi elevada de 60 anos para 62 anos em 2017, um ano antes que o planejado.

O plano também inclui uma alta temporária de 5% em impostos a empresas com capital de giro acima de 250 milhões, e uma elevação na taxa de desconto de vendas de produtos com imposto de valor agregado para 7%, contra 5,5%, com exceção de alguns itens.

Analista deram uma avaliação mista ao plano. "É marketing para dizer que vamos fazer isso (reduzir o déficit), mas a maior parte das medidas terá efeito em 2012, 2013, 2014, o que significa que, na verdade, o governo atual pode não ter de assumir a responsabilidade", disse ao canal de TV LCI Marc Touati, da Assya Financial Company.

"O que é um pouco decepcionante sobre isso é que estamos esquecendo o principal: hoje não temos crescimento, estamos à beira de uma recessão, não temos sequer a certeza de chegar a 1% de crescimento no próximo ano", acrescentou Touati.

Alemanha. A produção industrial da Alemanha caiu mais do que o esperado em setembro, no mais recente sinal de desaceleração na maior economia da zona do euro. Em comparação com agosto, a queda na produção foi de 2,7%. O declínio foi provocado pelas férias de verão (no hemisfério norte) que ocorreram mais tarde, segundo o Ministério da Economia. A produção do setor de manufatura caiu 3% no mês em setembro. Dentro disso, a produção de bens de capital diminuiu 4,7%, enquanto a de bens de consumo aumentou 1,1%. No setor de construção, a produção recuou 0,8%. / REUTERS