Título: Médico de Jackson pega 4 anos de prisão
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Fonte: O Estado de São Paulo, 30/11/2011, Vida, p. A16

Acusado de homicídio culposo, Conrad Murray é sentenciado à pena máxima

O médico pessoal do cantor Michael Jackson, Conrad Murray, foi sentenciado ontem à pena máxima de quatro anos de prisão, sem direito à liberdade condicional, pela morte do astro pop norte-americano, em junho de 2009, por overdose de anestésicos.

Murray, de 58 anos, ouviu impassível a leitura da sentença pelo juiz Michael Pastor, da Corte Suprema de Los Angeles.

Ele havia sido considerado culpado da acusação de homicídio culposo (sem intenção de matar) por um júri em 7 de novembro e, desde então, permaneceu preso à espera da sentença por determinação do juiz - que alegou na época que Murray era uma ameaça pública, o que voltou a reiterar ontem.

Em seu despacho, o juiz afirmou ainda que as circunstâncias que resultaram na morte de Jackson podem ser atribuídas diretamente a decisões tomadas pelo médico. Ele condenou Murray "por usar o dinheiro (de Jackson) para uma loucura médica que, para mim, é inaceitável".

Murray aceitou trabalhar para o astro pop em abril de 2009 mediante um salário mensal de 150 mil dólares. Na época, o cantor se preparava para uma série de concertos em Londres. Jackson morreu após ingerir de forma excessiva o anestésico propofol, em meio a uma suposta crise de insônia. A droga havia sido obtida e ministrada ao cantor pelo médico, na casa onde o artista vivia, em Los Angeles.

Juramento. O advogado da família Jackson, Brian Panish, leu na corte um comunicado assinado pelos parentes do cantor que pedia "uma sentença que lembrasse médicos ao redor do país da importância do juramento de Hipócrates". A nota também afirma que os Jackson não estão "atrás de vingança, pois nada pode trazer Michael de volta".

O promotor David Walgren relembrou, em uma fala de quase uma hora de duração, os erros, mentiras e imprudências de Murray. Ao final, o promotor pediu que a pena máxima de quatro anos em um presídio estadual fosse concedida.

A defesa de Murray, representada por Ed Chernoff, chamou a atenção para a vida de virtudes e superação conduzida pelo médico até ser contratado pelo artista. De acordo com ele, Murray havia construído uma carreira profissional irretocável. / REUTERS e AP