Título: FMI divulga critérios para revisão da cesta de moedas do SDR
Autor: Fernandes, Adriana
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/11/2011, Economia, p. B7

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou ontem que poderá adotar novo critério para a revisão da cesta que compõe os Direitos Especiais de Saque (SDR, na sigla em inglês), conforme antecipou na quinta-feira a Agência Estado. A expectativa é que, com a adoção de novos critérios, moedas de países como o Brasil e a China possam ser incluídas na cesta, embora ainda não esteja definido se o real e o yuan atenderão aos requisitos.

Em nota oficial, o FMI disse que a divulgação de novos requisitos para incluir moedas na cesta do SDR, ou a cesta de moedas do Fundo, foi em resposta a uma demanda feita pelo G-20. Embora não tenha se comprometido a fixar o novo número de moedas para a cesta, hoje limitada ao dólar americano, iene, libra esterlina e euro, o FMI admitiu que uma revisão da cesta poderá ocorrer no curto prazo. Teoricamente, a próxima revisão aconteceria apenas em 2015.

Na nota, preparada pelos técnicos dos departamentos de Finanças e Estratégia, de Políticas e de Revisão, o FMI discute a adoção de um critério alternativo ao de moeda "livremente utilizável", o qual vem norteando os parâmetros para a composição da cesta desde 2000 e que limitou a cesta do SDR à apenas as moedas dos Estados Unidos, Japão, Reino Unido e da zona do euro. Por esse critério, baseado nas variáveis de "amplamente utilizada" e de "amplamente negociada", as moedas de emergentes acabaram excluídas da cesta. Outro ponto de corte usado como critério desde 2000, embora não tão determinante como o de moeda "livremente utilizável", é o tamanho das exportações dos países.

Com a crescente participação dos países emergentes na economia mundial, é cada vez maior a pressão do G-20, encabeçada por países emergentes como o Brasil e a China, para que o SDR reflita o valor de suas moedas. Em contrapartida, a resistência de países desenvolvidos na ampliação da cesta deve-se ao fato de que, ao incluir outras moedas, o peso do dólar e das outras três moedas de referência vai diminuir. A questão é quem vai perder espaço na cesta de moedas.