Título: Schneider é confirmado como vice de Serra
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Fonte: O Estado de São Paulo, 01/07/2012, Nacional, p. A5

O pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, escolheu para a vaga de vice em sua chapa Alexandre Schneider (PSD), ex-secretário municipal de Educação. A decisão é uma vitória do prefeito Gilberto Kassab (PSD).

A escolha foi confirmada ontem de manhã pela equipe de Serra. Na madrugada anterior, o tucano se reuniu com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes. O governador lembrou que setores do PSDB resistem à escolha de um filiado à sigla de Kassab. A alternativa seria indicar um tucano - o favorito era o ex-secretário Andrea Matarazzo - ou ceder o espaço ao DEM.

Alckmin também observou que o PSD de Kassab - potencial adversário nas urnas em 2014 e para quem o tucano perdeu a eleição a prefeito em 2008 - não se comporta como um parceiro do PSDB e se aproxima do PT. A sigla criada em 2011 fechou alianças com uma série de candidatos petistas em cidades paulistas, em especial na região metropolitana. Serra, por sua vez, lembrou que PP, PTB e PSB, partidos que da base de Alckmin, também se afastaram dos tucanos na eleição na capital.

Supremo. A escolha de Schneider é resultado concreto do fortalecimento de Kassab após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que concedeu uma fatia maior de tempo ao PSD na propaganda eleitoral na televisão e repasses mais altos do Fundo Partidário. A favor do prefeito, sucessor de Serra na gestão da cidade, também pesam o fato de ter articulado o apoio de siglas como PV e PR. O único partido que Alckmin conseguiu levar para a coligação foi o DEM - debilitado pela migração de parte de seus deputados para o PSD.

Dentro do PSDB, setores resistem a Schneider porque ele deixou a sigla para aderir ao PSD. Na ocasião, ele disse que era mais coerente seguir o prefeito e que não poderia ficar numa sigla que estava fazendo críticas à gestão.

Entretanto, a equipe de marketing de Serra defende a escolha. O ex-secretário é considerado um rosto novo numa eleição que terá candidatos que nunca disputaram uma campanha, como Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB).

Além disso, Schneider tem no currículo a educação como principal especialidade - o que, em tese, pode ajudar nos embates com Haddad e Chalita, que foram ministro e secretário estadual de Educação, respectivamente. Ambos já indicaram que vão debater na campanha temas como o déficit de vagas em creches. Schneider poderá servir de escudo aos ataques, alegando ter triplicado as vagas da rede municipal durante sua gestão.

Com a decisão do Supremo, já conhecida na noite de quinta-feira e confirmada com o último voto da Corte na sexta-feira, Serra bateu martelo. O entendimento do STF elevou o patamar do PSD de sigla com pequena fatia do horário eleitoral e do Fundo Partidário em partido de médio para grande porte, mesmo sem ter participado de uma eleição.

No caso de São Paulo, a decisão deixou a coligação de Serra com o maior tempo na propaganda eleitoral, superando Haddad: 7min42s, ante 7min30s.