Título: Retomada mais firme da economia brasileira
Autor: Moura, Rafael Moraes
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/08/2012, Economia, p. B3

A evolução trimestral do IBC-Br suge­re que o PIB brasileiro - cuja leitura referente ao segundo trimestre se­rá divulgada pelo IBGE em 31 de agosto - deve mostrar um resultado bastante fraco (avanço de cerca de 0,5% sobre o 1° trimestre). Mas há evidências de que o bimes­tre junho-julho marca o período de retomada mais firme da atividade econômica.

Para além do indicador, são positivas as evoluções do volume de dinheiro em circula­ção e depósitos à vista nos bancos em termos reais em junho, julho e começo de agosto, e o saldo de contratações com carteira assinada em julho - que mostrou aceleração relevan­te, com a indústria voltando a contratar em um ritmo inédito em quase seis meses.

Com a maior parte dos segmentos indus­triais com estoques já ajustados e uma de­manda interna em aceleração, é bem prová­vel que o PIB avance quase 1% no terceiro trimestre. O crescimento só não deverá acele­rar para um ritmo ainda mais forte por conta da fraca demanda externa.

Mesmo com a economia crescendo em um ritmo anualizado próximo de 4% na segunda metade do ano, 0 PIB de 2012 deverá crescer apenas 1,7% portrausa do resultado bastante fraco do primeiro semestre. Para 2013, o cená­rio é mais promissor, mesmo com o desempe­nho momo da economia global. Nossa proje­ção de alta de 4,3% em 2013 tem por trás a forte retomada dos investimentos (de -0,1% em 2012 para +8,1% em 2013). O consumo das famílias deve passar de 4,6% em 2012 para 3,8% em 2013 - perda de fôlego associada à antecipação de compras com redução de IPI e menor reajuste real do salário-mínimo, de 2,7% em 2013 contra 7,5% em 2012.