Título: ANS vai testar indicadores de qualidade dos hospitais privados
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Fonte: O Estado de São Paulo, 01/01/2013, Vida, p. A11

A partir deste mês, a Agência Nacional de Saúde Suplemen­tar (ANS) vai testar indicado­res de qualidade dos hospitais privados do País. Nos primei­ros seis meses, a participação é voluntária. A partir do segun­do semestre, a medida será obrigatória para todos os hos­pitais que pertencem à rede dos planos e continuará opcio­nal para os demais.

Segundo Bruno Sobral, dire­tor de desenvolvimento setorial e diretor interino de normas e ha­bilitação de operadoras da ANS, o objetivo é dar ao usuário de pla­no de saúde mais um instrumen­to, com critérios objetivos, que tome possível avaliar a qualida­de do produto.

"A ideia é criar um índice, um gráfico de fácil leitura, para que os dados sejam mostrados ao consumidor de forma clara e sim­ples", afirma Sobral.

Segundo a Federação Brasilei­ra dos Hospitais (FBH), há 6.690 hospitais no País, sendo 4.548 particulares e 2.142 públicos. Não há dados sobre a quantida­de de hospitais que pertencem às operadoras de saúde, mas esti­ma-se que. sejam 20% do total.

A fase de testes, que vai de ja­neiro até junho, contará inicial­mente com 42 hospitais voluntá­rios de todas as regiões. Entre eles, 13 ficam no Rio de Janeiro, 18 em São Paulo, 5 em Minas Gerais, 2 no Rio Grande do Sul, no Espírito Santo, 1 em Santa Catari­na, 1 na Paraíba e 1 no Distrito Federal. Desses, 19 pertencem a rede própria dos planos e 23 são independentes.

A ANS e as operadoras dápla- nos de saúde definiram, durante cerca de um ano, os 26 indicado­res de qualidade - divididps em seis áreas que vão avaliar, por exemplo, níveis de infecção, ta­xas de mortalidade cirúrgica e neonatal, taxas de ocupação ope­racional, tempo de espera em ur­gência e emergência, entre ou­tros itens que deverão atestar a qualidade do atendimento (mais informações nesta página).

Os dados serão coletados men­salmente por meio de uma ficha técnica de cada unidade. Depois, serão agrupados por tipos de hos­pitais que sejam comparáveis: unidades que tenham o mesmo tamanho e que trabalhem na mesma área. "Não adianta, por exemplo, compararmos os índi­ces de infecção de uma materni­dade com um hospital geral de emergências", explica.

Os dados ainda serão agrega­dos em um banco de dados e pas­sarão por uma auditoria para que não haja distorções. Após to­das essas etapas, serão divulga­dos para a sociedade. A previsão é de que isso ocorra no segundo semestre. "Por enquanto, esta­mos na fase de avaliação contro­lada para aperfeiçoarmos a meto­dologia", diz Sobral.

Selo. Com base nos resultados dos indicádores, a ANS vai criar um sélò de qualidade (identifica­do pela letra Q) que será coloca­do ao lado do nome do hospital no livro de prestadores que as operadoras de saúde entregam aos clientes e também no site.

Só terá direito ao selo o hospi­tal que atingir uma nota mínima de qualidade. O hospital que não alcançar essa meta, no entanto, não receberá nenhum tipo de pu­nição daANS.

"Não vamos punir, a não ser que seja detectada alguma coisa muito fora do comum. Mas aí a gente encaminha para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tomar providências. A nossa ideia é estimular a busca por qualidade entre as operado­ras", afirma o diretor da ANS.