Título: Governo comemora retorno das chuvas
Autor: Rodrigues, Eduardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/01/2013, Economia, p. B1

Dados do ONS sobre nível dos reservatórios dão suporte à euforia do ministro Lobão

Se 2013 começou, com grande interrogação sobre a capacidade do País em gerar energia suficiente com a estiagem que há meses atingia a maior parte do País, o retorno das chuvas nas últimas semanas foi o bastante para tranquilizar o governo. Ontem, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, comemorou a ajuda dos céus para recuperar o nível dos reservatórios das hidrelétricas.

Menos de duas semanas após ter convocado coletiva para reforçar que não há risco de apagão ou racionamento de eletricidade em 2013, Lobão disse estar satisfeito com o início de fato da estação chuvosa na maior parte do País. "As chuvas estão dentro do previsto pelo governo para o período e vão preencher os reservatórios. Com isso, vamos garantir o suprimento de energia para este ano e para os próximos."

Dados divulgados ontem pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) corroboraram o comentário do ministro. De acordo com o órgão que monitora o abastecimento de energia em todo o País, os níveis dos reservatórios das usinas das regiões Sudeste e Centro-Oeste - que concentram quase 70% da capacidade de armazenamento brasileira -subiram 4,5 pontos porcentuais desde o início de janeiro.

No Lago de Fumas, no sul de Minas Gerais, o nível do reservatório subiu cerca de dois metros, representando 5% de melhora. Além de voltar a descartar a posJ sibilidade de racionamento, Lobão lembrou que está prevista pa ra este ano a conclusão de diversos projetos de usinas hidrelétricas e térmicas, que devem adicionar 9 mil megawatts de potência à atual capacidade de geração brasileira. “Será uma segurança a mais para o País”, concluiu.

Reestruturação. O presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto, reuniu-se ontem com Lobão para tratar da reestruturação da empresa. Por ser detentora da maior parte das concessões do setor elétrico que entrou no pacote de renovação antecipada do govemo, a Eletrobrás é também a que mais perderá receitas a partir deste ano com as novas e mais baixas tarifas de geração e transmissão.

O executivo não confirmou se haverá venda de ativos da empresa. “Ainda estamos definindo quais ativos podem ou não ser vendidos”. Essa é uma das possibilidades dentro da reestruturação da Eletrobrás, que já cortou gastos de patrocínio e publicidade e deve ampliar seu programa de demissão voluntária.

A notícia alavancou as ações da companhia, que vêm despencando desde que a presidente Dilma Rousseff anunciou o pacote de redução das tarifas de eletricidade, em setembro. O papel Eletrobrás PNB subiu 5,48%, liderando as altas da bolsa, seguido por Eletrobrás ON, com 5,19%. /

COLABOROU RENE MOREIRA, ESPECIAL PARA O ESTADO