Título: Risco extremo à economia global diminuiu
Autor: Trevisan, Cláudia
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/02/2013, Economia, p. B4

As perspectivas para a economia mundial melhoraram, mas permaneçam riscos relacionados ao fraco crescimento, a questões fiscais, a incertezas em torno de políticas econômicas, a desequilíbrios globais e a deficiências no mercado de crédito, avaliaram ontem os ministros das Finanças do G-20, ao fim de dois dias de reuniões em Moscou. “Nós saímos daqui um pouco mais otimistas do que na cúpula anterior, quando não havia um clima positivo”, declarou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em referência ao encontro realizado no México no mês de novembro do ano passado. “Questões traumáticas foram afastadas e o mercado hoje há mais tranquilidade, mais segurança e menos aversão ao risco”, afirmou.

Comunicado.

No comunicado que divulgaram na tarde de ontem, o ministros das economias que representam 90% do Produto Interno Bruto ( PIB) global defenderam a necessidade de reformas ambiciosas e a coordenação de políticas para a obtenção de crescimento sustentado. Apesar do discurso unificado, persistiram as divisões entre o grupo que defende a austeridade fiscal como caminho para recuperar o crescimento e os que são favoráveis também à adoção de medidas de estímulo, disse Mantega. Os “fiscalistas” são liderados pela Alemanha, enquanto que do lado oposto do ringue estão Brasil, Estados Unidos e os outros integrantes dos países Brics – Rússia, Brasil, Índia e África do Sul. “Graças a importantes políticas adotadas na Europa, nos Estados Unidos e no Japão e à resiliência da economia chinesa, os riscos extremos à economia global diminuíram e as condições financeiras melhoraram”,comunica o documento.

De acordo com Mantega, a expectativa é que a Europa retome a trajetória de crescimento no segundo semestre do ano, observou o brasileiro. A aversão ao risco abrirá caminho para a retomada do crédito e capitais para a região, o que vai estimular as economias locais, avaliou o ministro. Mas ele ressaltou que esse movimento ainda não está ocorrendo. “Nós esperamos que isso se concretize”, afirmou. / CLÁUDIA TREVISAN