Título: Ritmo pode diminuir, mas pressão sobre a indústria vai continuar
Autor: Rehder, Marcelo
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/02/2013, Economia, p. B1

O custo do trabalho tende a continuar pressionando a indústria em 2013, embora num ritmo um pouco menor que o registrado no ano passado. Para Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, a produção deve crescer 3,5%. "Só que provavelmente a gente vai ver o emprego industrial meio que andando de lado, porque o setor tem uma certa ociosidade dos trabalhadores que ele reteve nos dois últimos anos", diz o economista.

Além disso, o setor terá um alívio por causa das medidas de desoneração da folha de pagamentos. Para 15 setores, a desoneração entrou em vigor só a partir de agosto de 2012 e para outros 27 setores ela começou a valer em janeiro deste ano. "É um alívio importante de custo para as empresas", diz Borges.

Mesmo assim, a perspectiva continua sendo negativa para a indústria, afirma Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. "Continua havendo demanda forte e oferta limitada de mão de obra qualificada, que é mais necessária para a indústria do que para os serviços."

Ele lembra que o crescimento da demanda por trabalhadores mais qualificados fez subir o salário geral dessas pessoas. "O impacto tem sido maior para a indústria, porque o mundo ficou muito mais competitivo justamente no trabalho", argumenta. Por isso, ele acredita que o País vai continuar tendo dificuldade de exportar