Título: OAB E ATÉ SEVERINO CRITICAM GASTOS
Autor: Isabel Braga, Regina Alvarez, Soraya Agegge
Fonte: O Globo, 15/03/2005, O País, p. 8
Petistas, porém, defendem governo
BRASÍLIA e SÃO PAULO.O aumento dos gastos públicos da Presidência no governo Lula, como mostrou O GLOBO ontem, foi duramente criticado pela oposição e motivou uma nota de protesto da OAB. Os petistas, porém, saíram em defesa do governo. O líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP), argumentou que a atual administração encontrou o Estado destruído e que foi preciso contratar funcionários para reaparelhar a máquina pública. O líder do PT na Câmara, Paulo Rocha (PA), também defendeu o governo.
O líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), protocolou ontem no TCU um pedido de tomada especial de contas na Casa Civil para esclarecer o aumento de 257% nas despesas com o pagamento de serviços de terceiros para pessoa jurídica. Ele também pediu ao TCU para averiguar o pagamento de diárias no valor total de R$2,8 milhões, sendo que R$2,7 milhões não teriam identificação dos beneficiários, período utilizado e respectivos trechos, segundo levantamento feito no Siafi pela assessoria técnica do PSDB.
O presidente da OAB, Roberto Busato, condenou em nota ¿o caráter perdulário¿ revelado nas despesas com administração no governo.
¿É preciso pôr fim a essa farra do boi com os recursos do contribuinte¿, afirmou Busato. E continuou: ¿Que autoridade moral têm as autoridades do Estado para pedir sacrifícios à população e impor taxas de juros escorchantes para o setor produtivo se, na sua conduta gerencial, fazem exatamente o contrário do que pregam?¿
O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), sugeriu ontem que o governo federal corte gastos em vez de aumentar impostos. Eleito presidente da Câmara depois de prometer elevar os subsídios dos parlamentares, Severino agora promete cortar os gastos da Casa. Segundo ele, não há incoerência na atitude, já que os outros candidatos ao cargo teriam feito a mesma promessa, com a diferença de ter sido apenas ¿mais sincero¿.
¿ Não posso ainda dizer de quanto (será o corte), mas afirmo que será grande. O governo também deveria fazer cortes ¿ disse.