Título: Abin: curso em Cuba e escritório na Venezuela
Autor: Rodrigo Rangel
Fonte: O Globo, 04/05/2005, O País, p. 10

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) se prepara para abrir escritórios na Venezuela, no Paraguai, na Bolívia e na Colômbia e vai retomar o projeto de intercâmbio de informações com a DGI, a polícia secreta de Cuba, disse o diretor-geral da agência, Mauro Marcelo de Lima e Silva, que participou ontem de audiência no Congresso para explicar os objetivos do acordo com Cuba. Segundo ele, a intenção é trocar informações sobre assuntos de interesse comum, como terrorismo, narcotráfico, tráfico de pessoas e falsificação de documentos.

A abertura de escritórios na América do Sul faz parte do projeto da Abin de ampliar sua atuação na região. A ordem é que os agentes dêem atenção a temas como economia, segurança e terrorismo. O órgão estuda ainda abrir representações na Europa e na Ásia. Hoje, a Abin tem dois escritórios no exterior: Argentina e Estados Unidos.

A troca de informações com Cuba havia sido suspensa por causa da polêmica que o assunto suscitou quando veio a público, no início do ano. Mas ontem, após audiência na comissão, Lima e Silva disse que retomará o projeto. O diretor-geral da Abin chegou a viajar a Havana para iniciar os entendimentos. Depois dele, seriam enviados a Cuba três agentes para tratar dos detalhes da cooperação.

¿ A ida dos agentes foi suspensa em respeito ao Parlamento, que queria explicações. Considero que as dúvidas estão esclarecidas. Vamos marcar nova data ¿ disse Lima e Silva.

A sessão no Congresso reavivou a polêmica.

¿ Sou contra a troca de informações com países que têm regimes políticos diferentes porque os métodos e objetivos deles são diferentes ¿ criticou o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).