Título: CATEGORIA PEDE REAJUSTE SALARIAL DE 18,86%
Autor: Demétrio Weber
Fonte: O Globo, 03/06/2005, O País, p. 10

Greve atinge também outros órgãos, mas parcialmente

BRASÍLIA. Servidores do Trabalho, da Previdência, da Saúde e de órgãos como Funai e Ibama entraram em greve ontem reivindicando reajuste salarial linear de 18,86%. A paralisação teria atingido cerca de 50% da categoria, segundo a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef). O governo não confirmou esse percentual. Segundo o Ministério da Previdência, no INSS a paralisação teria atingido 20% dos postos em todo o país.

O atendimento nas agências do INSS foi afetado em 14 estados e no Distrito Federal: 151 agências ficaram fechadas, enquanto 121 funcionaram parcialmente. A greve paralisou as atividades em 63 das 189 agências nas capitais, o equivalente a um terço do total. Outras 23 agências (12%) ficaram parcialmente fechadas, o que significa que as perícias médicas já marcadas estavam sendo feitas, mas novas consultas não puderam ser agendadas por falta de funcionários no atendimento.

Na cidade do Rio, 15 agências não funcionaram

De acordo com o balanço da Previdência, 15 das 26 agências da cidade do Rio de Janeiro não funcionaram e uma ficou parcialmente fechada. No interior do estado, a adesão foi menor: foram fechadas seis das 72 agências.

A Condsef informou, no início da noite, que a greve teve adesão parcial em pelo menos 15 órgãos federais e que deve continuar por prazo indeterminado.

De manhã, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, recebeu sindicalistas, mas manteve a proposta de reajuste de 0,1%. Um novo encontro deverá ocorrer na semana que vem.

- Queremos continuar dialogando com os servidores, mas, evidentemente, considerando nossos limites orçamentários - disse Paulo Bernardo, enfatizando que é preciso negociar com o conjunto dos servidores e não separadamente com as diferentes categorias. - Se fizermos negociação em fatias, provavelmente vamos precisar de 150% do orçamentos par cobrir depois o resultado da negociação.

Na Cultura, greve já dura dois meses

Segundo a Condsef, mais de 90% dos servidores do Ministério da Cultura estão em greve há dois meses. Ontem ganharam o reforço de outras categorias como as dos funcionários do Ibama, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Fundação Nacional do Índio (Funai) e Ministério da Fazenda.