Título: JUSTIÇA PEDE QUEBRA DE SIGILO DE JOSÉ ADALBERTO
Autor:
Fonte: O Globo, 20/07/2005, O País, p. 4

Nova versão de ex-assessor não convence agente da PF, que o chama de mentiroso

SÃO PAULO e FORTALEZA. A juíza Paula Mantovani, da 10ª Vara Federal, de São Paulo, determinou ontem a quebra do sigilo fiscal, telefônico e bancário de José Adalberto Vieira da Silva - ex-assessor do deputado estadual José Nobre Guimarães, irmão do ex-presidente nacional do PT José Genoino - que foi preso em São Paulo carregando uma mala com R$200 mil e outros US$100 mil (R$237 mil) na cueca.

A nova versão de José Adalberto para a origem e o destino do dinheiro que tentava embarcar para Fortaleza, ao ser preso na capital paulista, não convenceu a Polícia Federal. O agente da Superintendência da PF em São Paulo, José Pinto de Luna, que está em Fortaleza para investigar o caso, disse que ele é mentiroso.

Adalberto contou que pegou o dinheiro com um amigo empresário. O dinheiro, segundo ele, seria usado para abrir negócios na área de turismo. A PF descartou totalmente essa hipótese.

- Na minha opinião, ele subestimou a inteligência de todo mundo. Vir ao horário nobre para dizer isso é um acinte à sabedoria até de um homem de pouco conhecimento - afirmou de Luna.

Um novo pedido de prisão não foi descartado.

Para PF, José Adalberto agiu com outras pessoas

O inquérito que apura o caso tramita em sigilo e foi aberto em São Paulo, onde ocorreu a prisão. A origem e o destino dos dólares continuam sendo investigados. A PF não tem dúvidas de que Adalberto agiu com outras pessoas, ao contrário do que diz.

Para a polícia, a origem do dinheiro não é lícita porque o dono não apareceu. Também por essa razão, a PF considera que os recursos fazem parte de um caixa dois. Mas não pode afirmar que tenham vínculo com o PT.

- Se até agora não apareceu o responsável, o dinheiro é de origem duvidosa. Esse valor não ia para um caixa dois. Ele já é caixa dois - disse De Luna.