Título: MORTOS NOS ATENTADOS NO EGITO SOBEM PARA 83
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Fonte: O Globo, 24/07/2005, O Mundo, p. 38

Braço egípcio da organização terrorista al-Qaeda assume a autoria dos ataques. Número de vítimas pode aumentar

SHARM EL-SHEIKH, Egito. Subiu para pelo menos 83 o número de mortos nos atentados com carros-bomba nos balneários egípcios de Sharm el-Sheikh e Naama Bay, no Mar Vermelho. O pior ataque terrorista no Egito desde 1981 deixou cerca de 200 feridos, entre eles estrangeiros que aproveitavam as férias numa das regiões turísticas do país. Um grupo que se diz ligado à organização terrorista al-Qaeda assumiu os atentados, que seriam ¿uma retaliação aos crimes cometidos contra muçulmanos¿, segundo uma declaração divulgada na internet. A declaração foi assinada pelas Brigadas Abdullah Al-Azzam, braço da al-Qaeda no Egito.

O ministro do Interior do Egito, Habib El-Adli, disse, porém, que ainda é cedo para se afirmar que a al-Qaeda ou outros grupos islâmicos estariam ligados aos atentados. Autoridades prevêem mais mortos sob escombros

Segundo o ministro, há uma provável ligação deste atentado com os ataques cometidos em outubro do ano passado, que mataram 37 pessoas, a maioria no Hotel Taba Hilton, na fronteira com Israel. Fontes de segurança disseram que um dos carros-bomba tinha placa especial indicando ter vindo da fronteira israelense na península do Sinai.

Segundo autoridades de segurança de Sharm el-Sheikh, sete dos mortos e 20 dos feridos eram estrangeiros. Entre os mortos havia um tcheco e um italiano; entre os feridos, nove são italianos, cinco sauditas, três britânicos, um russo, um ucraniano e um israelense. Dos 35 feridos levados para o Cairo, 23 estão em estado grave.

Uma das explosões destruiu a fachada do Hotel Ghazala Gardens, em Naama Bay, onde fica a maioria dos hotéis de luxo do balneário. Há estimativas de que haja pessoas sob os escombros do hall.

Ainda há tumulto nos balneários. Turistas europeus relatam a histeria em massa após as explosões, com corpos espalhados pelas ruas, pessoas gritando e sirenes tocando. O governo regional informou que dois carros-bomba e possivelmente uma mala-bomba explodiram nos balneários, muito visitados por mergulhadores e turistas europeus, e também por diplomatas em função de reuniões internacionais freqüentemente realizadas na região.

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, interrompeu suas férias na costa mediterrânea e se dirigiu para Sharm el-Sheikh.