Título: PETROBRAS: REAJUSTE SÓ APÓS ÓLEO SE ESTABILIZAR
Autor: Aguinaldo Novo
Fonte: O Globo, 30/08/2005, Economia, p. 21

Presidente da estatal reafirma que corrigirá preço dos combustíveis no Brasil apenas quando volatilidade diminuir

SÃO PAULO. O presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, reafirmou ontem que não reajustará o preço dos combustíveis enquanto houver volatilidade muito intensa na cotação internacional do petróleo. Segundo ele, a companhia "não pode transferir para o mercado brasileiro a volatilidade do mercado internacional":

- Quando identificarmos um novo patamar de preços, teremos de reajustar, para cima ou para baixo.

Ele reagiu com irritação quando os jornalistas insistiram na pergunta sobre um eventual reajuste.

- Mudaremos os preços quando acharmos que for necessário. Não vou antecipar minha política de preços - respondeu Gabrielli, após participar de seminário na Fiesp.

Ele também reagiu a uma pergunta sobre a última ata do Copom, que não previu aumentos para a gasolina e o diesel até o fim do ano:

- O Copom tem o direito de ter uma expectativa, mas é a Petrobras que tem a prerrogativa de mexer nos preços.

Para Gabrielli, os preços do barril hoje têm sido puxados, em parte, pela ação de especuladores. Por isso, aposta numa acomodação. A previsão da empresa para o barril nos próximos anos, base para o plano de investimentos, é conservadora. Estima US$45 ao fim de 2006, caindo para US$30 em 2007 e US$25 a partir de 2008.

- Ele (o preço do barril) chegou a US$70, mas já caiu agora (ontem) pela manhã. Boa parte desse movimento é especulação - disse.

Empresários se queixam de reajuste no preço do gás

Durante o seminário, o executivo ouviu queixas de empresários sobre a decisão da estatal de retirar os descontos concedidos às distribuidoras na venda de gás natural, numa estratégia voluntária para contingenciar a demanda pelo produto - que vem crescendo num ritmo superior ao da produção. A estatal garantiu que não haverá desabastecimento de gás e que todos os contratos já assinados continuarão a ser honrados.

- Todos os contratos estão garantidos e não há motivo para revê-los - afirmou o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer.

Segundo ele, o novo plano de investimentos prevê a expansão da produção em cerca de 11% ao ano até 2010.

- É preciso dizer que 11% são suficientes para a indústria - disse Sauer.

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OS ESTRAGOS DE KATRINA, na página 24