Título: RIO VAI CONTRATAR MAIS AGENTES DE CONTROLE URBANO
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Fonte: O Globo, 31/08/2005, Especial, p. 1

Coordenador defende criação de ambiente que desfavoreça o crime

Pra o coordenador do Departamento de Controle Urbano da Secretaria municipal de Governo, Lúcio Costa, a manutenção da ordem urbana é fundamental para criar um ambiente que desfavoreça a criminalidade. Lúcio participou do segundo painel do seminário "Revitalização do Rio", representando o secretário municipal de Governo, João Pedro Figueira. Ele informou que o efetivo de agentes de controle urbano será ampliado, com a conclusão de um concurso público que está em andamento.

- A segurança é responsabilidade de cada um de nós. A lógica comercial de quem vende um CD pirata é a mesma do traficante de drogas. Só existe CD pirata porque tem quem compre, assim como o comércio de droga só se mantém porque o viciado compra - destacou o coordenador de Controle Urbano da prefeitura.

Lúcio calcula entre 17 mil e 18 mil o número de camelôs trabalhando na cidade, metade deles sem a autorização da prefeitura. Muitos, disse o coordenador, vêm de outros municípios da Região Metropolitana. Ele ressaltou, no entanto, que a quantidade de ambulantes nas ruas do Rio varia de acordo com o período do ano, aumentando no verão.

- Não sou contra o comércio ambulante. Sou contra a desordem, a ocupação de calçadas de forma desordenada. Vamos comprar em ambulantes, mas em ambulantes legalizados - disse o coordenador, citando o assentamento de camelôs feito na Avenida Erasmo Braga, no Centro, como um exemplo de iniciativa que deu certo.

Prefeitura faz o Mutirão da Ordem

Já a quantidade de meninos de rua, segundo Lúcio, oscila entre 250 e 280 só no Leblon e em Ipanema, onde o município está realizando operações do Mutirão da Ordem, com o objetivo de liberar as calçadas.

- A rua exerce uma atratividade muito grande. Isso dificulta o trabalho de nossos assistente sociais - disse o coordenador, lembrando que o direito de ir e vir é uma garantia constitucional e que ninguém pode ficar detido em um abrigo.

Segundo Lúcio, a prefeitura está realizando um trabalho de acolhimento da população de rua e não de simples recolhimento:

- Se houver recolhimento, em vez de acolhimento, no dia seguinte as pessoas voltam para as ruas - afirmou o coordenador.

Durante a sua apresentação no seminário, Lúcio enumerou as ações municipais visando a colaborar para reduzir os índices de violência. Citou os programas Rio Cidade (de reurbanização dos principais corredores), Favela-Bairro e Bairrinhos (ambos realizam obras em favelas, incluindo a reforma da iluminação pública, a implantação de redes de serviço público e a abertura de ruas).

- A melhoria do ambiente é um fator inibidor da criminalidade - afirmou Costa.

Ações como a implantação de iluminação pública e a criação e a conservação de praças e parques também foram destacadas pelo coordenador de Controle Urbano como imprescindíveis para a garantir a segurança e a ordem pública no Rio. A Guarda Municipal e a Defesa Civil do Rio também participam desse processo de colaboração com a segurança pública, acrescentou Lúcio Costa.

- É fundamental ainda que haja uma articulação entre o poder público e o setor privado para se combater a criminalidade e a violência - concluiu Lúcio.