Título: DILMA: GOVERNO NÃO VAI APOIAR SEVERINO
Autor:
Fonte: O Globo, 13/09/2005, O País, p. 8
Para Bernardo, trabalho da Câmara será prejudicado pela situação de pepista
DIAMANTINA, SÃO PAULO E CURITIBA. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, tentou ontem escapar de perguntas sobre a crise, mas disse que, se o mensalão for comprovado, será caracterizada uma prática indevida.
¿ Se isso for verdade, caracteriza uma prática indevida. Qualquer interferência desse tipo é indevida. Em nome disso não se pode justificar qualquer prática futura ¿ disse a ministra Dilma Rousseff, agraciada com a medalha presidente Juscelino Kubitschek, oferecida pelo governo de Minas Gerais.
Dilma, ao lado do ministro da Corregedoria Geral da União, Waldir Pires, e do senador José Sarney (PMDB-AP), negou que o governo vá sinalizar com apoio ao presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE).
Em São Paulo, o ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, negou que o governo Lula tenha optado por apoiar Severino.
¿ O tribunal é a Câmara, e não o governo (...) Não existe a figura do apoio ou da condenação. Nós queremos que as investigações sejam feitas. O presidente Lula não vai se manifestar sobre o mérito dessa questão ¿ disse Wagner, antes de participar de um seminário sobre reforma política na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
O ministro disse também que está em curso um ¿jogo maniqueísta¿ sobre quem está a favor ou contra o presidente da Câmara:
¿ A oposição faz o jogo. Agora, é preciso que esse jogo seja feito limitado ao bom senso.
Em Curitiba, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse acreditar que o andamento dos trabalhos na Câmara dos Deputados será prejudicado por causa da situação do presidente da Casa, acusado de receber propinas do empresário Sebastião Buani.
¿ A Câmara já tem 19 parlamentares em processo de cassação dos mandatos e isso vai tomar mais tempo dos parlamentares, especialmente pela disposição de Severino de se manter no cargo ¿ disse o ministro.