Título: ANÁLISE PRELIMINAR DE TEXTO CONFIRMA ASSINATURA
Autor: Jailton de Carvalho
Fonte: O Globo, 19/09/2005, O País, p. 9

PF deve concluir hoje laudo sobre renovação de contrato do Fiorella

BRASÍLIA. Análise preliminar dos peritos do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal indica que a assinatura do documento que garantiria a renovação do contrato do restaurante Fiorella com a Câmara dos Deputados tem padrão similar ao da grafia do presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE). O laudo final sobre o documento, um dos motivos de maior desgaste de Severino na crise do suposto mensalinho, deve ser concluído pela Polícia Federal hoje à tarde. O dono do Fiorella, Sebastião Augusto Buani, disse, em depoimento à PF, que pagou R$40 mil e mais uma mesada de R$10 mil a Severino entre 2002 e 2003 pela prorrogação do contrato.

Mas, apesar das indicações desfavoráveis a Severino, os peritos estão enfrentando dificuldades para chegar a uma conclusão definitiva sobre o caso. O papel, supostamente assinado pelo presidente da Câmara, tem uma série de incongruências em relação aos padrões seguidos pelos textos oficiais da instituição.

Documento tem erro incomum em textos oficiais

O documento entregue à Polícia Federal por Buani não tem, por exemplo, o número do processo que resultou na prorrogação do contrato. Em geral, os documentos oficiais têm o número do processo ao qual estão vinculados. A expressão ¿primeira-secretaria¿ aparece escrita sem hífen, um erro incomum nos demais papéis produzidos no setor.

A Polícia Federal está analisando uma cópia do documento. O texto original não foi localizado. Severino disse que não assinou o documento. Buani sustenta que o papel foi assinado pelo deputado em sua presença.

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