Título: EMBRATEL COMPLETA 40 ANOS E QUER RECUPERAR MERCADO APÓS PRIVATIZAÇÃO
Autor: Mirelle de França
Fonte: O Globo, 17/09/2005, Economia, p. 31

Empresa planeja crescer e investir na telefonia fixa local e banda larga

Ao completar 40 anos, comemorados ontem, a Embratel se vê diante de um recomeço. A empresa - que por mais de três décadas teve o monopólio dos serviços de longa distância do país e que, há seis, foi privatizada e já trocou de mãos duas vezes - agora briga para recuperar sua posição no mercado e investe em novas frentes, de acordo com o presidente Carlos Henrique Moreira. Segundo ele, os investimentos em telefonia fixa local e no serviço de banda larga via satélite são, hoje, as prioridades da empresa.

- Temos que crescer de forma gradativa no segmento de telefonia fixa local (hoje mais restrito ao mercado corporativo). Isso porque, a receita com a longa distância tende a cair, diante do crescimento dos serviços de voz sobre IP (ligações via internet). Mas temos mercados potenciais, como o de banda larga para o interior do país via satélite - explicou Moreira.

Empresa perdeu participação no mercado

A Embratel, que de monopolista passou a ter 50% do mercado brasileiro de longa distância nos primeiros anos pós-privatização, hoje tem apenas 38% de participação na receita do setor. Segundo Moreira, culpa de uma gestão equivocada das americanas MCI e WorldCom, que se preocuparam mais com assuntos regulatórios do que em ganhar mercado. Controlada pelo grupo mexicano Telmex há um ano, a empresa tenta se reerguer:

- A Telmex injetou R$1,8 bilhão na Embratel, reduzindo nossa dívida, que era inviável. Além disso, reduziu custos e quer investir para crescer, para reverter o quadro atual e recuperar participação no mercado.

Outra aposta da Embratel é o produto Livre, um serviço de telefonia local sem fio, herdado com a compra da Vésper. Hoje, já são 600 mil clientes na carteira, cem mil a mais do que no fim do ano passado:

- É um serviço 40% mais barato do que a telefonia fixa tradicional, voltado para baixa renda e para quem quer uma segunda linha.

Homem na Lua e futebol

Transmissões entraram para História

Há 36 anos na Embratel, Edson Soffiatti, hoje presidente da Star One (subsidiária de satélites da empresa), vivenciou de perto os momentos mais marcantes da companhia. Segundo ele, a transmissão da chegada do homem na Lua e da Copa do Mundo de 70 marcaram época e entraram para a História.

- O Brasil pôde ver, junto com o mundo todo, o homem na Lua. Foi emocionante. E os brasileiros, que até então acompanhavam a seleção brasileira apenas pelo rádio, assistiram aos jogos, ao vivo, graças à Embratel - diz.

Soffiatti lembra, ainda, que a criação da Embratel permitiu que as ligações interurbanas, que chegavam a demorar dias para serem completadas, fossem automáticas: os famosos DDD e DDI.

A empresa tem hoje 13 mil funcionários, dos quais 6.500 da Embratel e os demais da Brasil Center e Star One.

Legenda da foto: AO VIVO:Antenas da Embratel na Saúde, no Rio, permitiram aos brasileiros assistir ao vivo, pela primeira vez, à Copa do Mundo de 70