Título: Finlândia lidera ranking mundial pela 4ª vez. Na AL, Chile fica em primeiro
Autor: Vladimir Goitia
Fonte: O Globo, 29/09/2005, Economia, p. 21

Uruguai é o segundo colocado entre os países latinos, passando o México

SÃO PAULO. A Finlândia continua sendo o país com a economia mais competitiva do mundo, liderando, pela quarta vez consecutiva nos últimos cinco anos, o ranking 2005-2006 do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês). Os Estados Unidos aparecem na segunda colocação, seguidos pela Suécia, pela Dinamarca, por Taiwan e por Cingapura.

Na América Latina (AL), onde foi verificada uma grande deterioração dos indicadores das duas maiores economias (Brasil e México), o Chile repete o desempenho de anos anteriores e ocupa a 23ª colocação, bem à frente de outros países da região. Entre os países da AL, o Chile é o primeiro. No ranking global, a distância do Chile para o Uruguai (segundo colocado na AL), por exemplo, aumentou de 26 posições, em 2004, para 31 este ano, distanciamento que não se verificou entre países de nenhuma outra região do mundo.

`Chile é um caso isolado na região¿, diz pesquisador

De acordo com o economista-chefe do WEF, Augusto Lopez-Claros, o Chile ainda vem se beneficiando de uma combinação da boa gestão macroeconômica e de suas instituições públicas, consideradas muito competentes, atingindo níveis de transparência e eficiência de gestão comparáveis aos da Europa.

¿ O Chile é um caso isolado (na região). Além de contar com instituições estáveis e mostrar grande transparência na gestão pública, investiu em educação, tecnologia, pesquisa e desenvolvimento chegando a níveis de países da União Européia ¿ explicou Lopez-Claros.

De acordo com ele, apenas oito dos 25 membros da UE apresentam desempenho melhor que o Chile na área de instituições públicas.

O México, a exemplo do Brasil, despencou sete posições, para o 55º lugar e, no ranking da AL, cedeu a segunda colocação para o Uruguai. O economista-chefe do WEF afirma que o México vem sofrendo muito com a perda de qualidade das suas instituições públicas, em função de problemas políticos que comprometem a independência do judiciário e o bom funcionamento do setor público.

Venezuela continua em queda no ranking

¿ No México, houve uma nítida paralisia na condução da sua política econômica, decorrente da proximidade das eleições presidenciais, marcadas para 2006. O debate público, por exemplo, não está mais centrado em como melhorar a economia e a educação, entre outros aspectos, mas em quem vai chegar ao poder ¿ disse Lopez-Claros.

A Venezuela, que em 2001 ocupava a 62ª colocação, continuou em queda nos últimos quatro anos, perdendo várias posições, e já está entre os países menos competitivos da América Latina, no 89º lugar. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, o modelo de gestão política do país afetou negativamente todas as áreas avaliadas pelo índice. O ambiente macroeconômico, por exemplo, tornou-se extremamente instável, a qualidade das instituições públicas piorou e os indicadores tecnológicos caíram em muitas áreas.