Título: GOVERNO CRIA MARCA PARA PROMOVER A IMAGEM DO BRASIL NOS OUTROS PAÍSES
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Fonte: O Globo, 19/02/2005, Economia, p. 24

Em encontro ontem com empresários, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), os ministérios do Desenvolvimento e do Turismo apresentaram um novo logotipo que será usado para identificar e promover os produtos brasileiros no exterior, além das atividades internas para atrair turistas estrangeiros. Ao custo de R$4 milhões, a Marca Brasil foi criada por uma empresa paulista, depois de concorrência que envolveu 39 escritórios de design.

Um grupo de trabalho será formado para decidir as formas de utilização da marca, mas o governo já adiantou que pretende cobrar uma comissão das empresas que estamparem o símbolo em produtos ou embalagens.

¿ Imagem vende, uma marca transmite prestígio ao país ¿ afirmou o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, que desde sua posse defende a tese de que a criação de um logotipo seria importante para gerar valor aos produtos brasileiros no exterior.

O projeto nasceu no Ministério do Turismo, em setembro de 2003, inicialmente com o objetivo de estimular o trânsito de estrangeiros no país. Mas Furlan sugeriu que a marca fosse incorporada também aos produtos exportados. Na primeira apresentação aos empresários, uma reclamação foi justamente a intenção de cobrar pelo uso do símbolo. Pressionado, o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, afirmou que a análise será caso a caso:

¿ Vamos formar um grupo de trabalho com várias áreas do governo e com a Fiesp para estudar a implementação da Marca Brasil.

A palavra Brasil em branco aparece sobreposta a formas arredondadas nas cores amarelo, azul, verde e vermelho. Para chegar a esse desenho, foram ouvidos 190 operadores turísticos de 18 mercados, 1.200 turistas que visitaram o país nos últimos meses e mais cinco mil pessoas de 18 países que nunca estiveram no Brasil.

A Agência de Promoção de Exportações (Apex, vinculada ao Desenvolvimento) já vai usar o logotipo nos 550 eventos programados neste ano no exterior, envolvendo passagem por 60 países.

Nem Furlan nem o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, quiseram falar sobre o efeito da desvalorização do dólar nas exportações.

¿ O país não se constrói só discutindo juros, câmbio e competitividade.