Título: CHILE ESPERA VOLTA DE FILHA DE PINOCHET
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Fonte: O Globo, 27/01/2006, O Mundo, p. 29
Governo diz confiar que EUA vão rejeitar pedido de asilo político de fugitiva da Justiça
SANTIAGO. O governo chileno afirmou ontem que estava confiante em que os Estados Unidos rejeitariam o pedido de asilo político feito pela filha mais velha do ex-ditador Augusto Pinochet, Lucía Pinochet Hiriart, depois de ela fugir do país em meio a acusações de fraude e falsificação de documentos.
¿ Estou completamente convencido de que esse pedido de asilo será rejeitado, porque não há qualquer base legal para isso ¿ disse o ministro das Relações Exteriores chileno, Ignacio Walker.
Autoridades chilenas disseram que esperavam um resultado sobre o pedido de asilo em 48 horas.
Quarta-feira, o Departamento de Justiça americano declarou que os EUA têm um tratado de extradição limitado como o Chile, que não cobriria todos os crimes e poderia não cobrir as acusações feita a Lucía.
A família de Pinochet se diz vítima de perseguição, ao que o ministro do Interior chileno, Francisco Vidal, reagiu:
¿ Nem o mais duro crítico poderia dizer que há uma perseguição política.
Filho de Pinochet diz que seu pai e sua mãe estão mal
O filho mais velho do ex-ditador, Augusto, afirmou que seu pai e sua mãe estavam abalados com a situação da filha.
¿ Meu pai está se sentindo muito mal por causa disso. Sua taxa de açúcar (no sangue) está alta e minha mãe está muito triste ¿ afirmou.
Lucía foi posta em custódia quarta-feira, depois de ser longamente interrogada por autoridades americanas ao chegar ao Aeroporto Internacional de Dulles, em Washington. Ela é considerada fugitiva da Justiça no Chile, onde foi acusada de fraude de cerca de US$1 milhão e falsificação de documentos num processo em que sua família é investigada por evasão de impostos. Seus quatro irmãos e sua mãe sofreram acusações semelhantes, foram postos em prisão domiciliar e pagaram fiança para ficarem em liberdade.
Aos 90 anos, o general Pinochet sofre uma série de processos por fraude, corrupção e pelo desaparecimento de opositores durante a ditadura (1973 e 1990). Investigadores descobriram que ele tinha US$27 milhões em contas secretas no exterior.