Título: Berzoini: PT vai propor metas de crescimento
Autor: Luciana Rodrigues
Fonte: O Globo, 18/03/2006, ECONOMIA, p. 31

Além da inflação, social seria levado em conta pelo governo e BC

BRASÍLIA. No ano da eleição, não será repetido apenas por oposição e economistas o discurso de que é hora de o desenvolvimento ter papel central na agenda do país. O próprio PT vai propor que o governo e o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central levem em conta metas de crescimento, sociais e fiscais na elaboração e na condução das políticas públicas. O objetivo das propostas, que encabeçarão o plano de governo para um eventual segundo mandato do presidente Lula, é reduzir o peso da meta de inflação, que continuaria a existir mas sem ser o único norte da política econômica. Esta proposta começa a ser colocada no papel hoje, em São Paulo, onde terá início a reunião do Diretório Nacional do partido. Segundo o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), a sigla quer que essas quatro metas sejam claras, debatidas e estejam em documento que o governo seria obrigado a enviar anualmente ao Congresso: ¿ Nós temos noção de que a fase da estabilidade já acabou e agora temos de perseguir outras metas. Berzoini lembrou que esse debate está incipiente, mas que a proposta de ter as metas fiscal, social e de crescimento combinadas com a de inflação é algo latente no PT e a forma de adotá-las caminha para o consenso. ¿ Há um interesse comum em fazer com que o país tenha novas conquistas econômicas a partir de 2007. Essa proposta seria um avanço em termos econômicos sem representar risco à estabilidade, avalia Antônio Corrêa de Lacerda, professor da PUC-SP. Para ele, a adoção de metas combinadas permitiria crescer mais, uma visão mais global da economia e, de quebra, uma diminuição dos juros.