Título: COTAÇÃO DO PETRÓLEO PERTO DE RECORDE HISTÓRICO
Autor:
Fonte: O Globo, 12/04/2006, ECONOMIA, p. 30

Barril chega a ser negociado a US$68,98 em Nova York, próximo ao maior preço já registrado (US$70)

NOVA YORK. O preço do petróleo negociado na Bolsa Mercantil de Nova York se aproximou ontem do seu maior patamar histórico. Mais uma vez, as atenções do mercado estiveram voltadas para os riscos ao fornecimento na Nigéria e no Iraque e ao impasse internacional com respeito ao programa nuclear do Irã. Os operadores temem um desabastecimento, num período em que os prognósticos econômicos revelam uma tendência de aumento de consumo. Segundo analistas, a crescente demanda de Estados Unidos e China, os dois maiores consumidores mundiais da commodity, está anulando o efeito de redução de consumo que os níveis atuais de preços deveriam estimular. O preço do barril de petróleo tipo leve americano para entrega em maio subiu 0,4%, para US$68,98, depois de ter sido negociado a US$69,05. Em agosto do ano passado, pressionado pelos estragos que o furacão Katrina provocou às refinarias e plataformas da região do Golfo do México, a cotação do barril chegou US$70,85, seu máximo histórico. Para os analistas, no ritmo atual, esse recorde será alcançado em breve. Os contratos do barril do leve americano para entrega em junho já estão sendo negociados acima de US$70. ¿ Está bastante claro que deveremos superar a casa dos US$70 sem muita dificuldade ¿ avaliou Deborah White, analista da SG CIB, em Paris. Já na Bolsa Internacional de Petróleo, em Londres, o preço do petróleo do tipo Brent (referência) subiu 0,9%, para US$69,37 o barril. Mais cedo, o Brent bateu seu recorde, ao ser negociado a US$69,70 o barril. Pressionado pela crise na Nigéria e tensões geopolíticas no Oriente Médio, os preços do petróleo já subiram cerca de 13% este ano. O Irã encontra-se no meio de uma disputa com o Ocidente por seu programa nuclear. Uma das conseqüências do impasse poderá ser a imposição de cotas de exportação pela ONU ou a suspensão unilateral do fornecimento de petróleo. Isso desequilibraria ainda mais a relação entre oferta e demanda. Por outro lado, na Nigéria, o ataque de militantes separatistas interrompeu um quarto da produção petrolífera do país. Já no Iraque, os níveis de exportação estão em seu nível mais baixo desde a invasão do país liderada pelos EUA. ¿ O fim desse rally acontecerá quando o preço do petróleo ficar caro demais para que as pessoas continuem enchendo o tanque ¿ disse Ian Henderson, gerente de Fundos do JP Morgan Fleming.