Título: SECRETÁRIO E ADVOGADO NÃO SE ENTENDEM SOBRE RESPOSTAS
Autor: Tais Mendes e Mirelle de França
Fonte: O Globo, 03/05/2006, O País, p. 4

Sérgio Mazillo afirma que só representa o ex-governador

O Secretário estadual de Comunicação Social, Ricardo Bruno, disse que desde ontem o advogado Sérgio Mazillo é quem vai dar respostas à imprensa sobre os questionamento relativos à contração de ONGs pelo estado por meio da Fundação Escola de Serviço Público (Fesp). Pelo menos três dessas organizações têm entre seus dirigentes pessoas que são sócias de empresas que fizeram doações ao PMDB para a pré-campanha do ex-governador Anthony Garotinho à Presidência. O partido prometeu devolver os recursos doados.

A informação foi dada ontem à tarde ao GLOBO quando o jornal tentava obter documentos sobre a contratação, pela Fesp, do Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos da Cidadania (CBDDC). Numa entrevista na sexta-feira, o presidente da Fesp, Paulo Sérgio Marques, disse que não via problemas em ceder o estudo feito pela ONG para melhoria no sistema de saúde e a lista de organizações que fizeram propostas para esse serviço. Bruno disse que achava pouco provável que os documentos fossem divulgados porque tudo estaria num conjunto de respostas que estava sendo preparado pelo advogado.

¿ O governo não vai dar mais entrevistas, por enquanto. As informações estarão na resposta única que o advogado está produzindo ¿ disse.

Mazillo entrou em contato com O GLOBO no início da noite e disse que queria ter direito de resposta. Ele não quis falar com o repórter e disse que a resposta por escrito não ficaria pronta ontem. O advogado disse que hoje encaminharia a resposta. Mas ele disse não fala pelo estado, e sim pelo ex-governador Anthony Garotinho.

¿ Se falaram que eu represento o governo, foi uma imprecisão. Quem representa o governo é a Procuradoria. Vou enviar a resposta amanhã e vamos ver se vão publicar. Caso não publiquem, vamos para a Justiça ¿ disse o advogado.

Avisado de que Mazillo não falaria pelo estado, Bruno disse que a defesa de Garotinho é abrangente e não pode ser dissociada da defesa do governo:

¿ Uma coisa é expressão da outra. Não tem como separar.

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