Título: PF PRENDE FRAUDADORES DO INSS NO MARANHÃO
Autor: Raimundo Garrone
Fonte: O Globo, 19/05/2006, O País, p. 17

Quadrilha de 12 pessoas, comandada por um funcionário do órgão, desviou R$1,8 milhão

SÃO LUÍS. A Operação Desmanche, montada pela Polícia Federal para desarticular a quadrilha que fraudava benefícios da Previdência Social em São Luís, prendeu ontem 12 pessoas acusadas de desviar cerca de R$1,8 milhão. As investigações, feitas por uma força-tarefa formada por Ministério Público, Ministério da Previdência Social e Polícia Federal, começaram em junho do ano passado, depois que um beneficiado denunciou ter sofrido assédio de um funcionário do INSS, Rubens César Araújo Figueiredo, um dos presos ontem.

Rubens César, apontado pela Polícia Federal como chefe da quadrilha, usava vários recursos para fraudar o INSS. Aproveitando o acesso que tinha ao banco de dados do órgão, ele cadastrava beneficiários fantasmas para receber aposentadorias, contraía empréstimos em nome de segurados e cobrava R$10 mil para dar andamento a processos de aposentadoria. Com ele foram encontrados 180 cartões magnéticos usados para sacar os benefícios de segurados.

O esquema montado por Rubens César envolvia uma empresa de consultoria de sua propriedade, que ele indicava às pessoas que o procuravam na agência da Rua de Nazaré, no Centro de São Luís. Ontem, na agência, a PF recolheu vários documentos e computadores.

¿- Ele oferecia o serviço dentro da própria agência do INSS. Depois, de posse de uma procuração, ele sacava os benefícios ¿ explicou o delegado regional de combate ao crime organizado da PF, Josélio Azevedo de Sousa.

Grupo descobriu pelo menos 130 processos fraudulentos

Durante as investigações a força-tarefa selecionou 130 processos despachados por Rubens e comprovou que todos eram fraudulentos.

¿ Por hora, o rombo é de R$1,8 milhão, mas este valor ainda pode aumentar, assim como o número de envolvidos. A investigação ainda não acabou ¿ disse o delegado.

Segundo o delegado, as 12 pessoas presas confessaram o envolvimento no esquema e responderão por estelionato, formação de quadrilha e inserção de dados falsos em sistema informatizado.

Com o depoimento dos presos, a Polícia Federal quer descobrir se a quadrilha agia em outros estados, além do Maranhão.

(*): Especial para O GLOBO