Título: CRISE NO ENSINO FAZ APROVAÇÃO DE BACHELET CAIR
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Fonte: O Globo, 08/06/2006, O Mundo/ Ciencia e Vida, p. 38
Presidente chilena rejeita exigência de estudantes e reserva 12 vagas para eles em conselho que estudará reforma
SANTIAGO. A aprovação do governo de Michelle Bachelet entre os chilenos caiu 7,6 pontos em maio, num efeito da maior greve estudantil no país em três décadas, indicou ontem uma pesquisa. Segundo a empresa Adimark-Gfk, a presidente conta ainda com 54,5% de aprovação, contra 62,1% registrados em abril, mas houve declínio no apoio que recebia dos jovens.
¿A queda está fortemente marcada por uma baixa entre pessoas de 18 a 24 anos, que lhe deram apoio de 70,8% em abril, mas somente de 56,4% em maio¿, informou a empresa. ¿É provável que o estudo não tenha registrado o efeito completo do conflito.¿ O nível de rejeição em geral subiu para 20,9%, contra 11,3% no mês anterior.
Há um mês, alunos de escolas secundárias iniciaram um movimento por uma ampla reforma educacional que culminou com uma paralisação de um milhão de estudantes na segunda-feira.
Bachelet pede que ministros se antecipem a problemas
Ontem, a presidente rejeitou a exigência dos estudantes, que reivindicam maioria de ¿50% mais um¿ no conselho que analisará a reforma. Bachelet anunciou que apenas 12 das 74 vagas, ou 17%, são reservadas a eles: seis para secundaristas e seis para universitários. A comissão será integrada por pesquisadores, reitores, prefeitos e educadores, e terá três meses para entregar um relatório com sugestões para melhorar a qualidade do ensino no país.
¿ Os secundaristas sabem que têm a porta aberta. Espero que se integrem em breve ¿ declarou Bachelet.
Os estudantes podem se reunir hoje para debater a oferta.
¿ As seis vagas cumprem relativamente as expectativas. O que não nos satisfaz é a baixa participação dos demais setores sociais ¿ disse Juan Herrera, porta-voz do movimento.
Os problemas de Bachelet não param por aí. A presidente ontem orientou seus ministros a se anteciparem aos problemas.
¿ Preciso de um governo que se antecipe aos problemas e não que reaja diante deles ¿ disse, ao apresentar um manual de comportamento ao governo. ¿ Não quero improvisos.
Embora a atividade já estivesse prevista, a declaração parecia uma referência às críticas recebidas pela falta de coordenação diante da rebelião estudantil.