Título: CASO LONGE DE SOLUÇÃO
Autor:
Fonte: O Globo, 16/10/2006, O País, p. 3

Policiais admitem: só depois do 2º turno

CUIABÁ. Completou ontem um mês que petistas foram presos em São Paulo com malas de dinheiro para comprar um dossiê contra tucanos, mas as investigações, até agora, mais suscitam perguntas que respostas. Procurando preservar-se da disputa política, a Polícia Federal segue seu ritmo de tomada de depoimentos, cruzamento de dados telefônicos e diligências para ver se consegue solucionar o caso. Mas parlamentares e policiais que atuam nas investigações admitem que antes do segundo turno dificilmente haverá respostas.

O delegado Diógenes Curado Filho, responsável pela condução do inquérito, ouve amanhã o depoimento do presidente licenciado do PT, deputado Ricardo Berzoini. Será o primeiro parlamentar a prestar esclarecimentos sobre sua eventual participação no episódio. Curado quer saber se Berzoini tinha conhecimento da trama. Em defesa apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que também investiga o caso, o deputado alegou que não é crime comprar documentos, mas negou que tenha tido qualquer participação no episódio.

Hoje, Curado pretendia ouvir o empresário Abel Pereira, acusado de facilitar a liberação de verbas para a máfia dos sanguessugas na gestão do tucano Barjas Negri no Ministério da Saúde, em 2002. Pereira, porém, adiou as declarações para quarta ou quinta-feira, na sede da PF no Mato Grosso.