Título: TRIBUNAL RECUSA PEDIDO DO PT PARA RETIRAR DO AR IMAGENS DO DINHEIRO
Autor: Adriana Vasconcelos e Gerson Camarotti
Fonte: O Globo, 17/10/2006, O País, p. 5

Ministro não vê `afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou inverídica¿

BRASÍLIA. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou ontem uma liminar pedida pela campanha à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, para que tire do ar o filmete em que seu adversário, Geraldo Alckmin, do PSDB, diz que o governo não informou a origem do dinheiro apreendido com petistas que seria utilizado para comprar um dossiê contra tucanos. Para o ministro do TSE Ari Pargendler, Lula não foi ofendido.

¿(O programa) não contém, ainda que de forma indireta, afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica¿, escreveu o ministro em sua decisão. A propaganda foi veiculada sexta-feira passada, continuou no fim de semana e poderá ser exibida outras vezes, até que o tribunal julgue em plenário o mérito da representação dos petistas.

Nesse julgamento, que ainda não tem data marcada, será decidido se Lula obterá ou não direito de resposta no horário eleitoral gratuito do tucano.

Comparação com FH faz Alckmin pedir resposta

A campanha de Lula alegou que o adversário tentou ¿desmoralizar não só o candidato, como também as instituições públicas, que são as que têm dever funcional e responsabilidade pela elucidação de todas as informações que envolvem a questão dossiê¿, segundo o texto escrito ao TSE pelos advogados do PT.

No domingo, a campanha de Alckmin pediu direito de resposta ao TSE na campanha de Lula, por ele ter comparado supostamente de forma errada as ações do governo atual com as do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A campanha de Lula teria veiculado no horário eleitoral que o aumento real do salário mínimo durante a gestão de Fernando Henrique seria de 20,6%. ¿Mentira gritante, sabidamente inverídica¿, escreveram os advogados tucanos. O tribunal ainda não julgou essa ação.

Ontem, os advogados de Alckmin entraram com outra ação, pedindo que o tribunal retire do ar a propaganda da candidata do PFL ao governo do Maranhão, Roseana Sarney, em que ela teria promovido a candidatura de Lula. O programa foi veiculado sexta-feira e, segundo os tucanos, foi desviada de seus objetivos: em vez de apresentar Roseana ao eleitor, teria pedido votos para o candidato do PT a presidente.