Título: Hillary começa a articular campanha à Presidência dos EUA em 2008
Autor: Balz, Dan e Cillizza Chris
Fonte: O Globo, 07/12/2006, O Mundo, p. 46

Senadora contrata assessores e contacta ativistas em vários estados

WASHINGTON. A senadora Hillary Rodham Clinton, do estado de Nova York, está dando uma série de passos concretos em direção a uma provável campanha para ser a candidata do Partido Democrata às eleições presidenciais de 2008. Hillary já escolheu alguns integrantes-chave de sua equipe de campanha, recrutou novos funcionários e já convocou ativistas democratas em cada estado, essenciais para um sucesso nas primárias do partido.

Apesar de nenhuma decisão oficial sobre candidatura ser esperada até o fim deste ano, pessoas próximas a Hillary garantem que ela vem preparando sua lista de ¿coisas a fazer¿ ¿ com o objetivo de ser a personagem principal de uma histórica competição pela Casa Branca. Como diretora de campanha, já foi escolhida uma de suas antigas conselheiras, Patti Solis Doyle. Os três novos funcionários são Jonathan Mantz (ex-diretor de Finanças de Nova Jersey), Phil Singer (ex-diretor do Comitê Democrata de Campanha para o Senado) e Karen Hicks, que trabalhou para Howard Dean nas primárias de 2004.

Hillary Clinton opera uma estratégia usada por ela, antes de decidir concorrer pela primeira vez ao Senado, em 2000.

¿ Ela se cerca de pessoas experientes para começar a criar uma máquina de campanha, olha para potenciais doadores, discute as questões principais e avalia se deve mesmo concorrer ¿ diz Howard Wolfson, um de seus porta-vozes.

Experiência e agilidade podem contar a seu favor

Nesse contexto, seu primeiro passo, além de tentar o apoio de políticos eleitos em seu estado-base de Nova York ¿ como por exemplo o governador eleito este ano, Eliot L. Spitzer ¿ conversa com líderes sindicais, negros e hispânicos. Além disso, articula apoio em estados como Iowa, New Hampshire, Nevada e Carolina do Sul ¿ os quatro primeiros palcos das primárias.

¿ Ela realmente tem muita experiência, sabe a quantidade de trabalho que terá, mas sabe o que fazer ¿ diz JoDee Winterhof, que foi chefe de gabinete do ex-senador Tom Harkin.

O fato é que a provável campanha de Hillary terá que ser elaborada num espaço bem mais curto de tempo do que quando decidiu concorrer ao Senado pela primeira vez, enquanto ainda era primeira-dama. O tempo também é curto para recrutar assessores, já que há uma competição interna por cabeças democratas pensantes para ajudar quem tem a intenção de concorrer. Esta articulação precoce de Hillary pode contar pontos a seu favor.

Outro desafio é arrecadar fundos. Hillary passou os últimos dois anos usando sua campanha de reeleição para o Senado (que ocorreu este ano, com 67% dos votos) para montar uma infra-estrutura de coletar doações em nível nacional ¿ boa parte por meio de uma extensa lista de doadores de ¿apenas poucos dólares¿ ¿ já almejando usá-la para uma candidatura à Presidência. Em sua última campanha ao Senado, ela gastou US$36 milhões. Jornal: O GLOBO Autor: Editoria: O Mundo Tamanho: 492 palavras Edição: 1 Página: 46 Coluna: Seção: Caderno: Primeiro Caderno