Título: Deputado com apenas 8 mil eleitores
Autor: Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 17/12/2006, O País, p. 3

BRASÍLIA. A mesma Câmara que tem campeões de votação como Ciro Gomes (PSB-CE) ou Clodovil (PTC -SP), tem o jovem Édio Lopes (PMDB-RR) que se elegeu com 8.153 votos, o menor número de votos absolutos do país. Foi sua primeira eleição para a Câmara. Mas ele não é novato. Deputado estadual em Roraima, fez oposição ao governador Ottomar Pinto (PSDB) e é ligado ao senador Romero Jucá (PMDB).

Em termos de gênero, o Amapá foi o que, proporcionalmente, mais elegeu mulheres. Segundo menor colégio eleitoral do país, com 360.614 eleitores, o estado levará para a Câmara quatro deputadas, metade da bancada a que tem direito. Alagoas, por outro lado, não elegeu nenhuma representante, nem depois da grande projeção da alagoana mais famosa na eleição, a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), que fica sem mandato a partir de fevereiro.

Da eleição de 2002 para esta houve um outra renovação: os partidos nanicos que ganharam representação na Câmara em 2002, mas que, no decorrer da legislatura, deixaram de existir na Casa ¿ como o PSL, PST, PSD e PSDC ¿ não voltarão à ativa ano que vem; surgiram em seus lugares outros nanicos, como PTC, PMN, PHS, PAN, PRB e PT do B.

Outro dado curioso: proporcionalmente, o Rio Grande do Norte é o estado que mais contribuirá para a bancada governista. Dos oito eleitos, seis irão compor a base.

Entre os partidos que disputaram a eleição presidencial, PT e PSDB, há uma diferença de perfil: o PT foi o que mais elegeu advogados (16), médicos (10), professores (14) e metalúrgicos (5), enquanto o PSDB tem mais servidores públicos. O PMDB, que fez as maiores bancadas da Câmara e do Senado, elegeu também o maior número de empresários ¿ 27, em mais de 80.