Título: Aldo e Chinaglia ignoram os pedidos do Planalto
Autor: Braga, Isabel e Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 06/01/2007, O País, p. 10

Ao fim de uma semana de muita negociação e conversas, inclusive com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Câmara, aldo Rebelo (PCdoB-SP), e o líder do governo na Casa, Arlindo chinaglia (PT-SP), afirmam estar determinados a levar a disputa até o fim, mas firmaram ontem um pacto de não-agressão. Após participarem de solenidade de sanção da lei do Saneamento Básico, no Planalto, os dois foram à Câmara e conversaram a portas fechadas por uma hora e meia.

Deixaram o encontro negando qualquer entendimento que leve ao recuo de um dos dois para garantir a candidatura única da base aliada, como deseja o Palácio do Planalto. Ao contrário, os dois reafirmaram a disposição de se manterem na disputa até 1º de fevereiro, dia da eleição. E acrescentaram que a conversa serviu para troca de informações sobre o apoio de deputados e partidos que cada um dispõe.

- É de nossa responsabilidade manter o nível, com absoluto respeito entre nós. Foi uma conversa franca e rasgada - disse chinaglia.

aldo refutou a interferência do governo e, em especial, a do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, na disputa. Tarso, a pedido de Lula, tenta negociar com os partidos aliados a escolha de um candidato único até 20 de janeiro.

- Não creio que ele esteja fazendo isso - disse aldo, não querendo também comprometer-se com alguma data.

Mais enfático, chinaglia manifestou contrariedade com a data estipulada por Tarso.

- Meu limite é o dia 1º de fevereiro - disse.

aldo foi à solenidade como presidente da Câmara, e sentou-se ao lado de Lula. chinaglia, líder do governo, ficou nas primeiras fileiras. No fim, posaram para as câmeras abraçados.