Título: MP de Goiás age contra diplomação de deputados
Autor: Souza, Isonilda
Fonte: O Globo, 12/01/2007, O País, p. 11

Treze estaduais e três suplentes de federal são acusados de captação ilícita de recursos

GOIÂNIA O Ministério Público de Goiás ajuizou ontem, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), recurso contra a diplomação de 13 deputados estaduais e de três suplentes de deputados federais, por captação ilícita de recursos na campanha eleitoral. Segundo o procurador regional eleitoral substituto, Cláudio Drewes José de Siqueira, denúncias do Movimento Goiano de Combate à Corrupção Eleitoral constataram distribuição de bens ou vantagens pessoais a eleitores em municípios, como doação de combustíveis, camisetas, transporte e tratamento médico.

Em relatórios enviados ao Ministério Público, foram citados os candidatos Chico Abreu (PR), Dirceu Ferreira (PR) e Fernando Netto (PMDB) ¿ suplentes de deputado federal ¿ e 13 deputados estaduais eleitos: Adriete Elias (PMDB), Alvaro Guimarães (PR), Betinha Tejota (PSB), Cláudio Meirelles (PR), Flávia Morais (PSDB), Helder Valin (PSDB), Jardel Sebba (PSDB), José Nelto (PMDB), Marlúcio Pereira (PDT), Misael de Oliveira (PDT), Samuel Belchior (PMDB), Saulo Furtado (PPS) e Valdir Ferreira (PR).

Segundo a Polícia Civil, que prestou serviços à Procuradoria Regional Eleitoral nas eleições, foi comprovado o uso de recursos para captação de votos para os citados, o que infringe o artigo 41 da Lei 9.504/97. O procurador eleitoral solicitou que os deputados eleitos e os suplentes denunciados sejam intimados a apresentar explicações, sob pena de terem os diplomas cassados.

O Ministério Público já denunciou 64 candidatos a deputados federais e estaduais. Em dezembro, o TRE pediu também a cassação do governador Alcides Rodrigues (PP) e do diploma do senador eleito Marconi Perillo (PSDB), por captação e gasto ilícito de recursos. O procurador regional eleitoral, Helio Telho Corrêa Filho, disse que encontrou despesas não declaradas na prestação de contas do senador com pelo menos sete carros de som e três cabos eleitorais, em quatro cidades.

(*) Especial para O GLOBO